Segunda mobilização em massa atrasada para evitar "distúrbios" na Rússia

avense

Youtuber
Staff member
Fundador
Administrador
A Rússia continua a enfrentar baixas muito significativas no leste da Ucrânia, com centenas de soldados mortos todos os dias e, segundo o instituto norte-americano Institute for the Study of War (ISW, na sigla em inglês), o presidente russo poderá estar a atrasar o anúncio de uma nova mobilização de recrutas para evitar maior descontentamento popular.


Numa publicação esta segunda-feira, o ISW explica que "o presidente russo, Vladimir Putin, tem adiado o anúncio da segunda onda de mobilização desde janeiro e está a redobrar esforços na aposta na 'mobilização silenciosa', para evitar possíveis distúrbios na Rússia".

Isto tem sido feito através de "centros de recrutamento em cerca de 30 cidades, a partir do dia 5 de março", com alguns dos locais a serem mesmo operados pelo Grupo Wagner, a milícia armada russa, liderada pelo oligarca Yevgeny Prigozhin, que tem lutado na Ucrânia.

Citando dados da Casa Branca e das autoridades ucranianas, os russos mantêm grandes dificuldades em substituir as baixas em combate e repor uma quantidade significativa de tropas na linha da frente. Desde o início da guerra que várias entidades internacionais apontaram também para as graves dificuldades técnicas, logísticas e de pessoal que a Rússia tem na sua invasão.

's offensive to capture will likely culminate whether its forces capture the city or not. The military will likely struggle to maintain any subsequent offensive operations for some months, giving a chance to seize the initiative. ?(1/9)

— ISW (@TheStudyofWar)


Os Estados Unidos afirmam que, a 17 de fevereiro, o grupo Wagner já tinha registadas 30 mil baixas, com cerca de 9 mil mortos. Já a Rússia, no total, terá registado mais de 60 mil baixas, segundo os últimos dados apresentados por organizações ocidentais.

O ISW, que estuda o conflito, considerou que "é altamente improvável que as forças russas consigam sustentar ataques desgastantes humanos após a captura de Bakhmut, e o Kremlin precisará de lançar outra onda de mobilização para repor as pesadas perdas russas na área desde maio de 2022".

Como tal, esclarece ainda o 'think tank' norte-americano, os esforços de recrutamento para arranjar mais soldados "levarão meses" e os atrasos "provavelmente privarão a Rússia da iniciativa e apoiarão a capacidade da Ucrânia de conduzir contraofensivas.

A cidade de Bakhmut continua a ser alvo de confrontos intensos entre russos e ucranianos, sendo também onde se têm registado mais baixas de ambos os lados. O local está completamente devastado pela guerra e pelos bombardeamentos, e a Ucrânia já admitiu estar a discutir uma retirada estratégica para não sacrificar mais forças no terreno.

Leia Também:

 
Voltar
Topo