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Portugal empatou 0-0 com a Macedónia, no Estádio Magalhães Pessoa, em Leiria, no primeiro encontro de preparação da equipa das "quinas" para o Euro-2012.
Falar de algo positivo deste segundo jogo de preparação de Portugal para o Euro-2012 é falar, essencialmente, do excelente público que quase lotou o Estádio Municipal de Leiria. Plenos de entusiasmos, vibrantes e fervorosos, mesmo em tempo de crise, os adeptos disseram presente. A seleção é que não.
Depois do nulo em Varsóvia, diante de um dos organizadores da prova, a equipa de Paulo Bento teve pela frente um adversário bem mais macio e mesmo assim nem um golo conseguiu marcar. Por mais que as pessoas tenham implorado nas bancadas por um rasgo de génio a Ronaldo, um remate certeiro a Hugo Almeida, um míssil de Nani, nada disso aconteceu.
Mal foram distribuídas as fichas de jogo percebeu-se que Paulo Bento iria utilizar o jogo para fazer ainda algumas observações antes de apostar num onze-tipo. As presenças de Beto, Rolando, Rúben Micael e Quaresma no onze, em detrimento, por exemplo, de Rui Patrício, Pepe, Raúl Meireles e Nani, assim o denunciavam.
Dessas, vá lá, «caras novas» pouco se viu. Talvez o extremo do Besiktas tenha sido, como é costume, o maior agitador do lote em análise, mas também ele foi acometido da letargia generalizada que atingiu os jogadores desde o início da partida.
A equipa mostrava-se curta de ideias, falha de imaginação e velocidade para surpreender um adversário, obviamente, de autocarro estacionado em frente à baliza. Seria possível esperar outra coisa do 98º classificado do ranking da FIFA?
E como respondeu a isto a seleção? Com uma excessiva dependência de Ronaldo. Aliás, na primeira parte, apenas dois livres do avançado do Real Madrid conseguiram fazer saltar das cadeiras o muito público presente nas bancadas. Muito pouco.
Paulo Bento não mudou quase nada para a segunda parte. Trocou apenas João Moutinho por Raul Meireles e a equipa acelerou um bocadinho. Mas foi a Macedónia a criar o maior perigo, primeiro numa jogada concluída por Pandev, depois num cabeceamento de Demiri, que quase mataram Beto de susto.
Inventar um «10»
A época de exames prosseguiu com mais umas trocas posicionais, mas a inovação foi ver Nani como «10», atrás de Hugo Almeida. Com a saída de Carlos Martins e a chegada de um jogador «diferente» como Hugo Viana, percebe-se a necessidade de ter mais opções para o lugar além, claro, de Rúben Micael.
A aposta não entusiasmou e foi mesmo Cristiano Ronaldo, com alguma ajuda de Quaresma, que continuou a manter o ataque ligado. Até que, também ele, teve de ser substituído, por Varela, e o jogo praticamente morreu por ali.
Ainda houve ovação para Nélson Oliveira, decididamente um caso de empatia com o público, mais um ou outro arrepio na espinha, e vários remates sem nexo. A exceção foi mesmo um disparo justamente do jovem benfiquista...
Em suma, pareceu mesmo um jogo de despedida antes das férias. Mas não. Ainda há um Europeu pela frente. E lá chegados, as coisas terão de ser, necessariamente, diferentes.