Num documento interno, a que a agência Lusa teve acesso, o diretor clínico do HBA faz um apelo às equipas para agilizarem hoje as altas de internamento e apela aos médicos para darem a sua colaboração no Serviço de Urgência Geral (SUG).
"Em face da situação vivida no Serviço de Urgência Geral, de todo o risco e penosidade que se reconhecem, face ao elevado número de doentes que aí permanecem, a Direção Clínica, e em paralelo com todas as iniciativas tomadas a nível da instituição e das entidades competentes, no sentido de obter a mitigação da situação, solicita o esforço possível a todos os colegas no sentido da agilização de altas de internamento, por forma a admitir os doentes que permanecem no SUG", lê-se no documento.
Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) explicou que, além das necessidades das pessoas que ocorrem à urgência externa, em que ao final da manhã de hoje o tempo de espera chegou quase às oito horas, as "equipas de urgência depauperadas têm de acompanhar cerca de 100 doentes que neste momento estão no serviço da observação".
Segundo Jorge Roque da Cunha, estes doentes necessitam de cuidados médicos, de serem internados nas enfermarias dos hospitais e não têm resposta por parte dos serviços porque estão "completamente lotados".
Além disso, vincou, "os próprios serviços de medicina do Hospital Beatriz Ângelo já têm cerca de metade dos médicos que eram necessários, já que nos últimos meses saíram cerca de 27 médicos internistas do hospital".
O apelo do SIM é para que, "pelo menos", o INEM seja avisado para não encaminhar doentes urgentes para o hospital, já que "os médicos que lá estão não têm qualquer possibilidade para responder sequer há situação que se vive atualmente".
Os médicos estão "exaustos" e "estão desmotivados porque a resposta do conselho de administração é dizer que está tudo bem, que está tudo ótimo, que está tudo excelente e isso não é aceitável", criticou Roque da Cunha.
Sublinhou ainda que, à semelhança do que tem ocorrido nas últimas semanas, "as equipas necessárias para garantir o serviço de urgência estão claramente abaixo dos mínimos, isto apesar do chefe de equipa e dos internistas mais diferenciados terem expressado a sua preocupação, os seus alertas através de minutas de escusa responsabilidade".
"Esperava-se que o conselho de administração apresentasse soluções e a verdade é que o conselho de administração, além de se recusar a responder aos três alertas que o Sindicato Independente dos Médicos fez formalmente através de ofício, disse uma coisa extraordinária, que não há qualquer outra solução que não seja dar alta e isso não é admissível, nem sequer avisa o Instituto Nacional de Emergência Médica", salientou Roque da Cunha.
O SIM responsabiliza a presidente do Conselho de Administração e o restante Conselho de Administração por "esta situação perfeitamente inqualificável" e exige que tome medidas para reforçar o número de médicos do hospital.
"É também importantíssima a intervenção do Governo, que se recusa a criar condições para a fixação de médicos, não é só responsabilidade do Conselho de Administração", criticou
A Lusa contactou o Hospital Beatriz Ângelo, mas ainda não foi possível obter resposta.
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Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) explicou que, além das necessidades das pessoas que ocorrem à urgência externa, em que ao final da manhã de hoje o tempo de espera chegou quase às oito horas, as "equipas de urgência depauperadas têm de acompanhar cerca de 100 doentes que neste momento estão no serviço da observação".
Segundo Jorge Roque da Cunha, estes doentes necessitam de cuidados médicos, de serem internados nas enfermarias dos hospitais e não têm resposta por parte dos serviços porque estão "completamente lotados".
Além disso, vincou, "os próprios serviços de medicina do Hospital Beatriz Ângelo já têm cerca de metade dos médicos que eram necessários, já que nos últimos meses saíram cerca de 27 médicos internistas do hospital".
O apelo do SIM é para que, "pelo menos", o INEM seja avisado para não encaminhar doentes urgentes para o hospital, já que "os médicos que lá estão não têm qualquer possibilidade para responder sequer há situação que se vive atualmente".
Os médicos estão "exaustos" e "estão desmotivados porque a resposta do conselho de administração é dizer que está tudo bem, que está tudo ótimo, que está tudo excelente e isso não é aceitável", criticou Roque da Cunha.
Sublinhou ainda que, à semelhança do que tem ocorrido nas últimas semanas, "as equipas necessárias para garantir o serviço de urgência estão claramente abaixo dos mínimos, isto apesar do chefe de equipa e dos internistas mais diferenciados terem expressado a sua preocupação, os seus alertas através de minutas de escusa responsabilidade".
"Esperava-se que o conselho de administração apresentasse soluções e a verdade é que o conselho de administração, além de se recusar a responder aos três alertas que o Sindicato Independente dos Médicos fez formalmente através de ofício, disse uma coisa extraordinária, que não há qualquer outra solução que não seja dar alta e isso não é admissível, nem sequer avisa o Instituto Nacional de Emergência Médica", salientou Roque da Cunha.
O SIM responsabiliza a presidente do Conselho de Administração e o restante Conselho de Administração por "esta situação perfeitamente inqualificável" e exige que tome medidas para reforçar o número de médicos do hospital.
"É também importantíssima a intervenção do Governo, que se recusa a criar condições para a fixação de médicos, não é só responsabilidade do Conselho de Administração", criticou
A Lusa contactou o Hospital Beatriz Ângelo, mas ainda não foi possível obter resposta.
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