Sismo: Último esforço dos socorristas envolve sacrifícios para salvar vidas

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O terremoto de segunda-feira afetou uma área que abriga 13,5 milhões de pessoas na Turquia e um número desconhecido na Síria e que se estende além da distância entre Londres e Paris ou Boston e Filadélfia.


Mesmo com um 'exército' de pessoas a participarem nos esforços de resgate, as equipas tiveram que escolher onde ajudar, noticia a agência Associated Press (AP).

As autoridades turcas referem que mais de 110.000 equipas de resgate estão a participar nos esforços, com mais de 5.500 veículos, sendo que 95 países ofereceram ajuda.

Imagens aéreas mostram o alcance da devastação, com bairros inteiros de arranha-céus reduzidos a metal retorcido, betão pulverizado e fios elétricos expostos.

A agência de notícias turca DHA relatou o resgate de uma criança de 10 anos, em Antakya, onde os médicos tiveram que amputar o seu braço para libertá-la, numa tragédia que já tinha vitimado os seus país e três irmãos.

Já uma jovem de 17 anos emergiu com vida em Adiyaman e uma de 20 anos foi encontrada em Kahramanmaras por equipas de resgate que gritaram "Deus é grande", noticiou a DHA.

Em Adiyaman, jornalistas da AP viram alguém a implorar aos socorristas para olharem através dos escombros de um prédio onde alegadamente estavam presos familiares, com estes a recusarem, defendendo que não estava ninguém vivo naquele local e que tinha de dar prioridade a áreas com possíveis sobreviventes.

Mais de 20.000 pessoas morreram em consequência do violento sismo que abalou na segunda-feira o sudeste da Turquia e o norte da Síria, segundo balanços oficiais divulgados esta quinta-feira à noite.

De acordo com a Afad, organismo de socorro turco, 17.134 cadáveres foram, até agora, retirados dos escombros na Turquia, e 3.317 corpos foram resgatados na Síria, segundo as mais recentes contagens oficiais e dos profissionais médicos.

A tragédia supera os mais de 18.400 que morreram no terremoto de 2011 em Fukushima, no Japão, que provocou um tsunami e as cerca de 18.000 pessoas que morreram num sismo perto da capital turca, Istambul, em 1999.

Este novo número irá certamente aumentar nos próximos dias, sendo que dezenas de milhares também ficaram feridos.

Embora os especialistas defendam que as pessoas podem sobreviver durante uma semana ou mais, as hipóteses de encontrar sobreviventes em temperaturas negativas estão a diminuir.

Aos poucos, a azáfama das equipas de resgate e de familiares para analisar os escombros, resultando ocasionalmente em salvamentos, começa a mudar para um foco na demolição de estruturas perigosamente instáveis.

Não é possível saber quantas pessoas ainda estão desaparecidas em ambos os países.

Em Nurdagi, uma cidade de cerca de 40.000 habitantes situada entre montanhas nevadas a cerca de 56 quilómetros)do epicentro do terremoto, vastas áreas da cidade foram arrasadas, com quase nenhum prédio a ficar intacto, pois mesmo aqueles que não desabaram foram fortemente danificados, tornando-os inseguros.

Em Kahramanmaras, a cidade mais próxima do epicentro, um ginásio desportivo do tamanho de uma campo de basquetebol serviu como morgue improvisada para acomodar e identificar corpos.

Os trabalhadores continuaram a realizar esta quinta-feira operações de resgate naquela cidade, mas ficou claro que muitos dos que ficaram presos em prédios desabados já morreram.

Um dos socorristas desabafou que o seu estado psicológico estava a piorar e que o cheiro da morte estava a tornar-se insuportável, conta a AP.

No noroeste da Síria, chegaram os primeiros caminhões de ajuda da ONU desde o terremoto para entrar na área controlada pelos rebeldes da Turquia, ressaltando a dificuldade de obter ajuda para quem vive naquelas zonas do país em guerra civil há mais de uma década.

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