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Suspensão de Stephen Lee por 12 anos agita circuito
Depois de, no domingo, na final do terceiro torneio ‘major’ da World Snooker 2013/14, Ding Junhui se ter superiorizado ao compatriota Xiao Guodong (10-6), no Xangai Masters, naquela que foi a primeira final de uma prova do Circuito Mundial entre dois jogadores chineses, a suspensão de Stephen Lee, por 12 anos veio lançar um véu de suspeitas sobre esta variante do bilhar.
Stephen Lee, de 38 anos, estava suspenso preventivamente desde 12 de outubro de 2012. E nada de bom se augurava: para tamanha medida de coação adotada pela federação internacional de bilhar e snooker (WTBSA, em inglês), suspeitava-se que o inglês seria acusado de algo grande.
Manipulação de resultados, com alegados ganhos por partidas propositadamente perdidas, aliadas a apostas, feitas por terceiros, em benefício de Lee, foi a sentença de um tribunal independente. Foram analisadas as imagens de sete jogos em 2008 e 2009, e é apontada culpabilidade ao inglês.
Tal como Tom Cruise, no clássico filme sobre o submundo do pool em Las Vegas intitulado ‘A cor do dinheiro’ – em que perde propositadamente para Paul Newman, mas ganha uma fortuna nas apostas, pois a sua companheira, em conluio consigo, tinha apostado na vitória do seu adversário... -, Stephen Lee é acusado de ter manipulado a verdade desportiva em proveito próprio, combinando resultados.
Fica mais uma mancha a ensombrar o snooker, já depois de John Higgins ter sido igualmente suspenso, por suspeitas de prática ilegal semelhante (derrotas consecutivas, inesperadas, quando havia grande volume de apostas contra a previsão geral, levantaram atenções). O que as autoridades inglesas averiguam agora é a extensão e ramificação da influência das casas de apostas sobre os jogadores.
Ronnie O’Sullivan, campeão mundial em título (e já pentacampeão), causou polémica, depois de, na sua conta pessoal do twitter, ter sugerido que poderá haver mais profissionais de snooker a fazer o mesmo.
‘Rocket’ emendou a mão depois, num testemunho à World Snooker, em que se limitou a um «faça-se o que se tem de fazer» para limpar a modalidade e punir os infratores.
A federação internacional não irradiou Stephen Lee, mas os 12 anos de suspensão, decretados por um tribunal independente, impedem que o antigo número 5 do ‘ranking’ mundial compita ao mais alto nível até 12 de outubro de 2014. Na prática, ponto final na carreira de Lee, que em 2024 terá 49 anos: ninguém crê que volte.
Lee clama a sua inocência. «Estou devastado, nada fiz de errado. Estou inocente», disse, em comunicado, enquanto se reúne com o advogado para preparar a melhor estratégia para a sua defesa.
No meio deste cenário, os 89 mil euros embolsados por Ding pela vitória sobre Guodong (que embolsou outros 36 mil euros, numa prova que distribuiu 477 mil euros no total de prémios), e o feito em si, foram relegados para segundo plano.
Que a China domina a modalidade e o futuro está a Oriente, basta atentar nos números: 10 milhões treinam para ser profissionais da modalidade, há um milhão de mesas oficiais, de competição, no país, e 100 mil clubes onde todos podem praticar. Números para refletir.
A supremacia dos jogadores ingleses e países anglo-saxónicos nesta variante do bilhar está ameaçada: a ‘armada chinesa’ veio para ficar, e finais entre dois jogadores do País nos grandes torneis podem repetir-se amiúde. Para já, vitórias de Marco Fu na Austrália e Junhui em Xangai, em duas das trÊs provas já disputadas, são o aviso mais claro possível.
RESULTADOS DO XANGAI MASTERS
FINAL
Ding Junhui-Xiao Guodong, 10-6
MEIAS-FINAIS
Xiao Guodong-Michael Holt, 6-3
Barry Hawkins-Ding Junhui, 2-3
QUARTOS DE FINAL
Mark Davis-Xiao Guodong, 4-5
Kyren Wilson-Michael Holt, 1-5
Mark Selby-Barry Hawkins, 4-5
Ding Junhui-Neil Robertson, 5-2
OITAVOS DE FINAL
John Higgins-Mark Davis, 1-5
Peter Lines-Xiao Guodong, 3-5
Kyren Wilson-Marco Fu, 5-3
Martin Gould-Michael Holt, 4-5
Mark Selby-Robert Milkins, 5-4
Ryan Day-Barry Hawkins, 2-5
Shaun Murphy-Ding Junhui, 5-4
Mark King-Neil Robertson, 3-5
16AVOS DE FINAL
John Higgins-Mike Dunn, 5-1
Mark Davis-Allister Carter, 5-2
Matthew Stevens-Peter Lines, 4-5
Stephen Maguire-Xiao Guodong, 2-5
Stuart Bingham-Kyren Wilson, 1-5
Marco Fu-Cao Yupeng, 5-0
Ricky Walden-Martin Gould, 3-5
Judd Trump-Michael Holt, 1-5
Mark Selby-Lin Shuai, 5-2
Robert Milkins-Mark Joyce, 5-4
Mark Allen-Ryan Day, 1-5
Barry Hawkins-David Grace, 5-0
Shaun Murphy-Yu De Lu, 5-4
Ding Junhui-David Gilbert, 5-2
Graeme Dott-Mark King, 3-5
Neil Robertson-Wang Yuchen, 5-1
RONDA PRELIMINAR (‘WILD CARDS’)
Xiao Guodong-Yuan Sijun, 5-0
Cao Yupeng-Zhou Yuelong, 5-4
Martin Gould-Zhao Xintong, 5-4
Andrew Higginson-Lin Shuai, 4-5
Ryan Day-Lu Ning, 5-1
David Gilbert-Fang XiongMan, 5-4
Mark King-Zhu Yinghui, 5-1
Joe Perry-Wang Yuchen, 3-5