Sociais-democratas derrotados nas eleições locais de Berlim

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Esta derrota em eleições locais ocorre num momento em que Olaf Scholz é criticado a nível nacional, em particular pela sua resistência em apoiar militarmente a Ucrânia.


A União Democrata Cristã (CDU), da ex-chanceler Angela Merkel, ficou em primeiro lugar na eleição para o parlamento local da capital alemã com cerca de 28% dos votos (+10 pontos), contra cerca de 18% dos sociais-democratas do SPD - o seu pior resultado desde o fim da Segunda Guerra Mundial - e também 18% para os ecologistas, segundo apontam as primeiras estimativas dos canais ARD e ZDF.

Esta é a primeira vez desde 1999 que o SPD sai derrotado pelos conservadores.

Perante estes resultados, o partido de Olaf Scholz pode ter dificuldade em manter o cargo de presidente da câmara da cidade-estado de Berlim, que ocupou por mais de 20 anos.

Mesmo que aritmeticamente, de acordo com os primeiros dados, possa manter a maioria das cadeiras com os seus atuais parceiros de coligação, ambientalistas e radicais de esquerda.

Na última votação no parlamento local de Berlim, em 2021, o SPD ainda conseguiu vencer, somando um pouco mais de 21%.

Essa eleição foi marcada por erros de organização sem precedentes, que levou ao seu cancelamento e a um novo sufrágio, a primeira vez que tal aconteceu na história das eleições locais alemãs desde a Segunda Guerra Mundial.

A eleição de hoje decorreu sob o olhar atento dos observadores internacionais do Conselho da Europa, convidados pela própria cidade para restabelecer a confiança.

O Partido Social Democrata parece ter sido penalizado localmente pelas cenas de violência e caos na última passagem de ano em Berlim, quando bombeiros e polícias foram alvo de ataques em alguns bairros de numerosa população imigrante.

Os resultados de Berlim também confirmam as tendências observadas a nível nacional há vários meses, nomeadamente um forte desgaste do partido social-democrata no poder, um aumento da oposição conservadora e também da formação de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

As negociações para formar uma nova aliança maioritária na cidade de Berlim anteveem-se de muito difíceis.

Além dos liberais do FDP, nenhum partido se mostrou disponível, antes das eleições, a governar com os conservadores. E a extrema direita está fora.

A eleição em Berlim, sem questionar a coligação nacional no poder na Alemanha em torno de Scholz, corre o risco de enfraquecer o chanceler.

Berlim é um estado-região por direito próprio no sistema federal alemão.

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