Após um ano de guerra na Ucrânia, os solos dos territórios recuperados continuam com sinais dos bombardeamentos russos, sendo difícil recuperar a fertilidade dos terrenos.
Tal como destaca a Reuters, nos campos encontram-se não só sinais claros de destruição, como também munições não detonadas.
Na região recapturada de Kharkiv, cientistas analisaram o solo e descobriram altas concentrações de toxinas como mercúrio e arsénio. À agência noticiosa, o Instituto de Ciência do Solo e Pesquisa Agroquímica da Ucrânia revelou que estima que, até ao momento, a guerra degradou pelo menos 10,5 milhões de hectares de terras agrícolas no país – um quarto do total.
Cerca de 20 especialistas que falaram com a Reuters disseram que serão necessárias décadas para resolver este problema, que inclui contaminação, minas e infraestruturas destruídas. Tudo isto irá também continuar a afetar o abastecimento global de alimentos.
Alguns dos especialistas disseram que há áreas tão minadas e tão degradadas por crateras e trincheiras que podem nunca mais voltar a produzir.
Andriy Vadaturskyi, executivo-chefe da Nibulon, que é uma das maiores produtoras de cereais da Ucrânia, disse esperar que a desminagem leve 30 anos, defendendo que a ajuda financeira é urgente para manter os agricultores ucranianos no mercado.
À Reuters, Andrii Povod recordou o regresso a Kherson após a libertação das forças russas, encontrando a sua quinta de cereais em ruínas – os tratores desapareceram, a maior parte dos cereais também, e todos os 11 edifícios usados para armazenar as colheitas estavam destruídos.
Povod admite que a situação "é um problema muito grande" e que aquilo que era um "bom solo" não pode agora gerar produção.
Veja as imagens da destruição deixada na quinta de Povod na fotogaleria acima.
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