"A principal razão para esta enorme tragédia é a permissão concedida a edifícios construídos sem respeitar os regulamentos de construção", denunciou hoje Emin Koramaz, presidente da União das Ordens dos Arquitetos e Engenheiros da Turquia, citado pela agência de notícias EFE.
Koramaz garante que durante os 20 anos de Governo do AKP, partido do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, houve oito grandes legalizações de prédios "inseguros, em mau estado de conservação e ilegais" e que foram construídos e habitados sem as correspondentes licenças.
"A cidade de Hatay, toda a província, foi destruída e terá que ser totalmente reconstruída. O mesmo vale para outras cidades nas 10 províncias afetadas. Agora lembramos como Erdogan fez campanha nessas províncias em 2018", disse o responsável.
Vários meios de comunicação turcos recordam hoje que durante a campanha para as eleições presidenciais de 2018, Erdogan percorreu as zonas mais afetadas pelos sismos de magnitude 7,8 e 7,5 da passada segunda-feira, anunciando que os problemas habitacionais de centenas de milhares de cidadãos tinham sido resolvidos graças ao que declarou ser a "paz da construção".
"Resolvemos o problema de 205.000 cidadãos de Hatay com a paz da construção. Estamos a resolver um problema muito importante dos nossos cidadãos em Gaziantep, como no resto do nosso país, com a paz da construção", declarou, naquela ocasião, Erdogan, que o próximo 14 de maio concorre à reeleição.
Por meio desse processo, milhares de prédios construídos ilegalmente receberam licenças de habitação.
Ekrem Imamoglu, autarca de Istambul desde 2019 e integrante do opositor partido CHP (social democrata) declarou, no domingo, que não pode garantir a segurança dos prédios da cidade e alertou sobre os efeitos de um possível terremoto na metrópole.
O Conselho da Cidade de Istambul apontou que naquela amnistia de 2018 quase 300.000 edifícios foram legalizados nas dez províncias devastadas pelo terremoto.
Enquanto o número de mortos continua a aumentar, as forças de segurança turcas detiveram pelo menos uma dúzia de pessoas, incluindo construtores, arquitetos e outras pessoas associados a algumas das dezenas de milhares de edifícios destruídos ou gravemente danificados pelos terremotos.
Estas detenções são os primeiros passos do Estado para apurar responsabilidades num momento em que crescem as críticas à má qualidade das habitações, algo que muitos atribuem à corrupção e aos escassos controlos.
Além disso, a procuradoria turca emitiu mais de 100 mandados de detenção contra pessoas suspeitas de negligência na construção de prédios e criou uma unidade especializada para investigar o ocorrido.
Mais de 33 mil pessoas morreram em consequência dos violentos sismos que abalaram na segunda-feira a Turquia e a Síria. Os dois países foram atingidos por um terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter, a que se seguiram várias réplicas, uma das quais de magnitude 7,5.
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"A cidade de Hatay, toda a província, foi destruída e terá que ser totalmente reconstruída. O mesmo vale para outras cidades nas 10 províncias afetadas. Agora lembramos como Erdogan fez campanha nessas províncias em 2018", disse o responsável.
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"Resolvemos o problema de 205.000 cidadãos de Hatay com a paz da construção. Estamos a resolver um problema muito importante dos nossos cidadãos em Gaziantep, como no resto do nosso país, com a paz da construção", declarou, naquela ocasião, Erdogan, que o próximo 14 de maio concorre à reeleição.
Por meio desse processo, milhares de prédios construídos ilegalmente receberam licenças de habitação.
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