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Tom Jefferson, epidemiologista e investigador no Centre for Evidence-Based Medicine (CEBM) na Universidade de Oxford, no Reino Unido, afirma que o novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da doença da Covid-19, pode ter estado inativo durante anos em todo o mundo até ter finalmente emergido sob condições ambientais favoráveis para a sua proliferação.
O epidemiologista aponta para uma corrente de descobertas recentes que sugerem que o vírus já estaria presente um pouco por todo o mundo antes de ter emergido na cidade de Wuhan.
Traços da Covid-19 foram identificados em amostras provenientes de esgotos em Espanha, Itália e Brasil anteriores à sua descoberta na China.
Em entrevista ao jornal britânico The Daily Telegraph, Jefferson demanda que seja feita uma investigação sobre como e porquê que o vírus parece prosperar em ambientes que incluem fábricas de alimentos e em fábricas de embalamento de carne.
Juntamente com Carl Heneghan, diretor e professor do CEBM, Jefferson acredita que tal poderá ter o potencial de revelar novas vias de transmissão, assim como através do sistema de esgotos ou casas-de-banho públicas.
Jefferson disse ao jornal: "coisas estranhas como esta aconteceram com a Gripe Espanhola. Em 1918, cerca de 30% da população da ilha de Samoa Ocidental morreu de Gripe Espanhola e não tinha estado em contacto com população exterior".
"A explicação pode somente residir no facto de que estes agentes infeciosos não vêm e vão para lado nenhum. Estão sempre aqui e algo acaba por ativá-los, talvez a densidade populacional humana ou condições ambientais, e é a isto que devemos prestar especial atenção", concluiu o epidemiologista.
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