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«Há um fosso enorme entre FC Porto, Benfica e os outros» - Bruno Amaro
O capitão do V. Setúbal faz um balanço positivo da época, mas admite que as últimas derrotas, com Rio Ave e Estoril, deixaram a equipa numa posição delicada. O médio sadino pede um esforço extra aos colegas para alcançarem mais vitórias, num campeonato equilibrado...tirando FC Porto e Benfica, duas equipas à parte.
O ano de 2012 está a terminar, com o Vitória no 14.º lugar, com menos um jogo. Que balanço faz desta época até ao momento?
-Estamos a fazer um campeonato tranquilo, mas os últimos dois jogos deixaram-nos com a imagem tremida. O encontro com o Rio Ave (3-5) foi atípico, em que nos aconteceu de tudo. No Estoril (0-3) estivemos muito mal. Podíamos estar noutra posição na classificação.
- O Vitória chega ao final do ano sem vencer fora para a Liga. É aí que está a diferença?
-Tivemos jogos em que justificámos outro resultado. E sim, falta-nos essa vitória fora. Alguns dos nossos melhores jogos têm sido fora do Bonfim. Em Guimarães perdemos (1-2) e fizemos uma das melhores exibições, esta época.
- Duas vitórias em onze jogos é pouco. O que falta para ganhar mais pontos?
-Não é por falta de trabalho. Este plantel trabalha de forma fantástica, mas precisamos de ter um pouco mais de atenção. Não podemos falar apenas de falta de sorte. Damos tudo em campo, mas todos precisamos de dar um pouco mais nos jogos.
- Ainda assim, o Vitória tem um jogo a menos, com o FC Porto. Concordou com o adiamento da partida?
-Foi uma boa decisão. O relvado estava impraticável, mesmo que não parecesse. Se o jogo começasse, ao fim de 15 minutos ia parecer um campo de batatas. Estava muito enlameado.
- Janeiro não será meigo, com dois jogos com o FC Porto, um com o SC Braga e encontros com Académica e Moreirense, dois adversários diretos...
- Será um mês muito intenso, mas qualquer jogador gosta é disto. A maioria dos jogos serão transmitidos e isso só nos dá alento e motivação para dar a volta.
- A par de Ney e Meyong, é dos poucos resistentes em relação ao onze titular da época passada...
-Temos uma equipa completamente nova, com jogadores muito jovens. O plantel é equilibrado e temos aqui jogadores com potencial para outros voos.
- Pedro Santos e Miguel Lourenço?
-Sim, por exemplo. São jovens, ambos portugueses e com um potencial enorme. Podem dar o salto a qualquer momento.
- Os clubes estão a apostar mais no jogador português. Fazem-no pela qualidade...ou porque não há dinheiro?
-Um pouco dos dois. Os clubes já não têm tanta disponibilidade financeira para irem ao estrangeiro. Mas, felizmente, perceberam que não é preciso irem ao estrangeiro. Portugal tem os melhores treinadores do Mundo e há uma aposta forte no jogador português. O Vitória tem sido pioneiro nisso.
- É mais fácil agora a um jovem português chegar a um clube de Liga do que foi consigo?
-Nunca é fácil chegar a um clube de Liga. Mas sim, admito que agora possa ser mais fácil.
- Que análise faz a este campeonato?
-Há um fosso enorme a separar FC Porto, Benfica e os outros. Num patamar intermédio estão SC Braga e o Sporting que, apesar de não estar num bom momento, não deixa de ser um grande. A partir daí é um campeonato muito nivelado, em que todos os pontos são disputados até ao último segundo. Qualquer equipa pode lutar pela Europa e pela permanência. Acredito que os próximos dez jogos vão decidir muita coisa. No fundo, é como se fossem dois campeonatos.
- É fácil a uma equipa pequena conseguir tirar pontos a FC Porto e Benfica?
-Difícil sempre foi. Até roubar pontos ao Sporting não é fácil. Apesar da crise de resultados, têm grandes jogadores. Mas hoje a diferença é maior. FC Porto e Benfica conseguem ter melhores jogadores e, por isso, ganham mais.
- Alguma equipa o tem surpreendido?
-O Rio Ave e o Paços de Ferreira estão a fazer um campeonato fantástico. Têm jogadores com muita qualidade e são equipas muito bem orientadas.
- Quem vai ser campeão?
-Essa é fácil. Benfica ou FC Porto (risos). Vai depender dos resultados entre eles. O primeiro clássico será muito importante. Quem o vencer pode ganhar um avanço importante.