Pedro Proença pede ajuda a Marcelo Rebelo de Sousa para emitir futebol em canal aberto

Lordelo

Avensat
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Pedro Proença, presidente da Liga Portugal, enviou uma carta a Marcelo Rebelo de Sousa a pedir ajuda para que o resto dos jogos do campeonato passem em canal aberto. Numa longa mensagem enviada à Presidência da República, o dirigente defende que, com a ajuda de Marcelo neste "propósito imediato da Liga de defender adeptos e cidadãos e permitir que cada um possa assistir ao espetáculo da Liga NOS no recato do seu lar, os operadores poderão vir a aceder a tal desidrato".

Leia a carta na íntegra



"Apresento a S. Excelência os meus melhores cumprimentos e tomo a liberdade de lhe dirigir esta carta em nome da direção da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.

A posição pública que S. Excelência adotou desde o primeiro momento no combate à crise pandémica motivada pelo Coronavírus, designado 2019-nCoV (COVID-19), interpelou-nos e deu-nos, e ainda dá, esperança para atravessarmos este tão duro, e rigoroso caminho, na certeza porém, que melhores dias virão.

Como é do conhecimento de S. Excelência, o Desporto, em particular o Futebol Profissional, é uma área com um número elevado de movimentação e aglomeração de pessoas e, naturalmente, vulnerável à ação do COVID-19, por isso mesmo e numa fase ainda precoce da pandemia, a direção da Liga Portugal decidiu suspender os campeonatos profissionais por tempo indeterminado, como forma de contenção do vírus. Uma decisão difícil, mas consciente da responsabilidade social que a nossa Organização detém, visando ser um exemplo para a Sociedade em geral.

A suspensão das competições da Liga Portugal, ocorreu a 12 de março de 2020, ficando por realizar 10 jornadas, em concreto, da jornada 25 à 34, inclusive. De seguida foi declarado o estado de emergência em Portugal, a 18 de março, que veio pôr em stand by a economia nacional, com elevada repercussão em todas as atividades económicas e o Futebol Profissional, não é exceção.

A resposta do país foi exemplar e por isso começa-se paulatinamente a retoma, após o levantamento do estado de emergência e a abertura gradual das atividades económicas, entre as quais do Futebol Profissional.

Todavia, não podemos deixar de assinalar que com a suspensão por tempo indeterminado das competições profissionais verificou-se uma queda abrupta e imediata nas receitas das Sociedades Desportivas, demonstrando-se a componente de gastos, muito menos elástica e difícil de controlar no curto-prazo, o que implicou problemas graves ao nível da tesouraria das mesmas, especialmente face ao não pagamento dos direitos televisivos por parte das operadoras detentoras desses direitos.

Com 90 jogos ainda por disputar da 1a Liga, única competição com permissão Governamental para retomar em face da resolução do Conselho de Ministros n.o 33- C/2020 de 30 de abril de 2020, deparámo-nos com um último trimestre incerto, no que poderão vir a ser os impactos quer nos resultados operacionais, quer nas obrigações mais estruturais das Sociedades Desportivas.

Com esta diminuição inesperada das receitas nas Sociedades Desportivas, estas acabaram por ter de refazer os seus orçamentos, e tentar inverter esta situação de forma a cumprirem todas as suas obrigações. O impacto na tesouraria das Sociedades Desportivas foi elevado, obrigando muitas a recorrer a crédito, aumentando as suas obrigações estruturais, e a cortar o máximo possível de gastos operacionais e não operacionais. Sendo que não foram consideradas elegíveis pelos bancos para as linhas de crédito COVID-19, criadas pelo Governo.

É essencial que o futebol volte à sua normalidade, de forma que os planteis voltem aos relvados, e os jogadores recuperem a sua condição física, sempre cumprindo acima de tudo as regras de segurança impostas pelas autoridades competentes.

Com esse desiderato a Liga Portugal, os médicos das Sociedades Desportivas e a AMEF com a supervisão dos consultores da DGS, Prof. Filipe Froes e Dr. António Dinis elaboraram um projeto de retoma visando que a mesma ocorra com a maior segurança, protegendo a saúde dos atletas e de todos os que com eles interagem.

É fulcral que haja jogos, ainda que sejam à porta fechada, para manter os jogadores no ativo e vivo o mercado de transferências, que é, um fator de máxima relevância para os orçamentos das Sociedades Desportivas. A Liga Portugal está convicta que, com a colaboração de todos, através da implementação e cumprimento escrupuloso das medidas de contenção, conseguiremos superar este desafio e sairemos deste período difícil com mais vontade de potenciar tudo aquilo que podemos dar à sociedade, enquanto entidade que trabalha, afincadamente, para melhorar um produto e uma indústria que sabemos não
será a mesma depois desta crise pandémica mas, na certeza que tudo fará para se reinventar.

Tendo presente que S. Excelência. está, com oportunidade, a dedicar algum do seu precioso tempo a auscultar grupos que detêm meios de comunicação social, nesta perspetiva de retoma das competições da Liga NOS, vimos interpelá-lo para connosco diligenciar no sentido que estes jogos passem em "canal aberto." Acredito que, com S. Excelência a liderar este propósito imediato da Liga de defender adeptos e cidadãos e permitir que cada um possa assistir ao espetáculo da Liga NOS no recato do seu lar, os operadores poderão vir a aceder a tal desidrato.

Destarte, a Liga Portugal, atuando ao abrigo dos seus fins primordiais, i.e., o desenvolvimento, promoção e proteção do futebol profissional em Portugal, vem, pela presente missiva, e junto de S. Excelência, diligenciar no sentido de nos receber em audiência, com a brevidade que o tema reclama para o Futebol Profissional e por forma o desenvolvimento com o futebol profissional esta "batalha", para o bem da Nação.

Na expectativa de receber de S. Excelência essa subida honra, subscrevemo-nos com a expressão das mais altas estima e consideração".

IN:CM
 
Boa ideia
 
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