Com a época a caminhar para o seu final, a SAD do FC Porto começa já a preparar 2020/2021, até porque as férias serão mais curtas do que o habitual - face aos transtornos causados pela pandemia de covid-19 - e é preciso acelerar vários processos relativos à construção do plantel, que deverá sofrer uma sangria, mediante as previsíveis vendas de jogadores como Alex Telles, Danilo, Marega, Diogo Leite, Tomás Esteves, Fábio Silva, Soares e Corona, sem dúvida o jogador que teve participação mais decisiva na conquista do título nacional.
São, na maioria, atletas de peso na estrutura da equipa de Sérgio Conceição, técnico que impõe algumas condições para prosseguir o seu trabalho no FC Porto, pois precisa de matéria-prima de qualidade - e isso naturalmente acarreta custos elevados - para ombrear com os rivais direitos, nomeadamente com o Benfica, que se apresta a apostar muito dinheiro na equipa que Jorge Jesus irá construir de raiz.
Por isso mesmo, e no sentido de ter armas para lutar em igualdade com os encarnados a nível interno, mas também procurando fazer uma boa campanha na Liga dos Campeões, à semelhança do que sucedeu nas duas primeiras épocas como técnico portista, Sérgio Conceição tem direito de reclamar a chegada de reforços com nome e de qualidade, que cheguem ao Olival em devido tempo e não em cima da competição propriamente dita, como sucedeu no verão passado.
ESCOLHAS DE NOVO CRITERIOSAS
Blindado por uma cláusula de 20 milhões de euros, Sérgio Conceição pretende manter carta branca da administração da SAD para escolher os reforços que deseja para a nova época, dentro, naturalmente, do plafond possível dadas as dificuldades económicas que grassam no Dragão. É ponto assente que a SAD está obrigada a fazer pelo menos 100 milhões de euros em mais-valias e, nesse sentido, o treinador está praticamente de mãos atadas e sabe que nada pode fazer em relação ao facto de o clube ter necessariamente de vender para equilibrar as finanças do clube.
Mas Sérgio Conceição teve o condão de, em mais uma temporada difícil a todos os níveis, conseguir recuperar uma desvantagem de sete pontos para o Benfica e acabar em grande a época pós-confinamento. A entrada direta na fase de grupos da Champions será um balão de oxigénio para as débeis finanças azuis e brancas, sendo que esse valor até poderá ser canalizado para a construção do plantel versão 2020/2021.
REFORÇAR TODOS OS SETORES
Tudo vai depender muito das saídas que se verificarem no clube, mas todos os setores serão reforçados. Na baliza, Marchesín está de pedra e cal, a contratação de Cláudio Ramos (Tondela) acrescenta ainda qualidade nessa posição, antevendo-se um empréstimo de Diogo Costa para ganhar experiência e maturidade.
Nas laterais, urge a chegada de um lateral-direito que convença para discutir a vaga com Manafá, até porque Tomás Esteves deve seguir para o Valência. Pode ser contratado mais um ou dois defesas para o lado esquerdo, uma vez que a saída de Alex Telles é praticamente um dado adquirido. No eixo central, Pepe, Mbemba e Marcano - este iniciará a época mais tarde, pois ainda está em fase de recuperação - têm contrato e Diogo Leite deve rumar ao Valência, uma saída que será colmatada com o regresso de Diogo Queirós. Resta saber se face ao atraso na reintegração de Marcano o técnico não deseje mais um central para o início da época.
No meio-campo, Danilo tem a promessa de saída neste verão e será uma baixa pronunciável a colmatar (Racic, do Famalicão, é opção em cima da mesa). Corona também tem imenso mercado, ele que é o desequilibrador do plantel, sendo necessário encontrar alternativas para o mexicano. O ataque pode até ser o setor mais enfraquecido neste verão. Soares, Marega, Aboubakar, Zé Luís e Fábio Silva têm sérias hipóteses de sair e o dragão terá de ser criterioso nas escolhas para dotar esse setor com mais poder de fogo. Há muito que o FC Porto não tem um verdadeiro homem-golo, a fazer lembrar Jackson, Falcao, Lisandro e Jardel.
Fonte::: Abola