Ciclismo - Giro de Itália 2023

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Evenepoel é o primeiro camisola rosa, João Almeida em terceiro

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Excelente a prestação de João Almeida (UAE-Team Emirates), que no primeiro dia e num contrarrelógio com os últimos 2,5 km muito exigentes, apresentou credenciais como potencial candidato a discutir os lugares do pódio na 106.ª edição da Volta à Itália.

O ciclista português mostrou-se confiante, com o percurso memorizado desenvolveu andamentos à medida das características do itinerário com 19,6 km. A sua corrida foi desenvolvida consoante as dificuldades, no primeiro posto de controlo aos 10 km registou o quinto melhor tempo com mais 21 segundos que Remco Evenepoel (Soudal) que do princípio ao fim foi pulverizando todos os registos. No segundo controlo aos 17 km e antes de se iniciar a subida com 2,5 km, registava mais 33 s que o belga e encontrava-se a 15 segundos de Filippo Ganna (Ineos) que manteve a segunda posição, ultrapassando os tempos de Geraint Thomas (Ineos) e Jay Vine (Emirates).

No ultimo terço de corrida, João Almeida ganhou 4 segundos a Evenepoel e gastou mais 7 segundos que Ganna, finalizando em terceiro lugar.

Confirmando melhorias no contrarrelógio, João Almeida deixou para trás grandes especialistas, Stefan Kung (Groupama) e Primoz Roglic (Jumbo) a 14 s, Geraint Thomas (Ineos) e Aleksandr Vlasov (Bora) a 26 s e Thymen Arensman (Ineos) a 1,02 m, a registar os bons desempenhos de Jay Vine, 7.º a 46 s e Brandon McNulty 8.º a 48 s, que completaram o trio da UAE-Team Emirates nos primeiros dez da etapa.

Fabulosa a corrida de Remco Evenepoel, o campeão do mundo de fundo e vencedor da ultima Volta à Espanha, confirmou ser um dos principais corredores do pelotão do Giro, realizando uma corrida que primou pela perfeição. A tática passou por desenvolver alta velocidade no setor plano e jogar tudo na subida final, sabendo que nesses 2,5 km não iria ganhar tempo e o importante era não perder o que tinha acumulado, acabando por subir mais devagar que João Almeida e Geoghegan Hart dois adversários diretos.


Brutal o contrarrelógio do jovem talento belga, que demonstrou estar identificado com todos os troços da etapa, utilizando os andamentos apropriados para vencer de forma concludente e arrasadora, à fabulosa média de 55,211 km/h.

Filippo Ganna apontado como forte candidato não conseguiu melhorar o tempo e Evenepoel; «Fiz o que tinha de fazer e de acordo com o que planeámos. Estou satisfeito mas Remco foi mais forte que todos os outros. No meu computador registava 60 km/h, Remco devia estar a 65 km/h, por isso foio vencedor», afirmou sorrindo Filippo Ganna.



1.ª ETAPA FOSSACESIA MARINA-ORTONA 19,6 KM (CRI)

1.º Remco Evenepoel (Bel/Soudal) 21,18 m
à média de 55,211 km/h
2.º Filippo Ganna (Ita/Ineos) a 22 s
3.º João Almeida (Por/Emirates) a 29 s
4.º Tao Geoghegan Hart (Gbr/Ineos) a 40 s
5.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo) a 43 s
6.º Stefan Kung (Sui/Groupama) a 43 s
7.º Jay Vine (Aus/Emirates) a 46 s
8.º Brandon McNulty (Usa/Emirates) a 48 s
9.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos) a 55 s
10.º Aleksandr Vlasov (Rus/Bora) a 55 s

A Bola
 
2.ª etapa: João Almeida escapa a queda e confusão

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Confirmou-se a mais que certa chegada em pelotão no final da 2.ª etapa da Volta a Itália, o que não se previa foi a queda a 3,7 km da meta que deixou alguns sprinters entre os quais Mads Pedersen e Mark Cavendish, sem possibilidades de discutir o triunfo.

Numa etapa despida de interesse as principais figuras passaram despercebidas e resguardadas pelos companheiros de equipa, porque o mais importante era não serem surpreendidos pelas quedas que pudesse complicar a situação. Aconteceu com Evenepoel, Roglic, Ganna, Kung e João Almeida, que escaparam ao tombo que surgiu antes da entrada do pelotão na zona de proteção dos 3 km, o que significa que aos ficaram para trás foi atribuído o tempo real.

A corrida de João Almeida (Emirates) foi pautada pelo bom posicionamento dentro do pelotão, com o nervosismo a crescer com o aproximar da meta e com muita gente a procurar o melhor lugar, a opção do ciclista português foi não se meter em aventuras porque a chegada não fazia parte do seu programa diário. No final manteve o terceiro lugar na geral e rasgou a segunda das 21 folhas do calendário do Giro.


O mesmo não se poderá dizer dos seus companheiros de equipa que são importantes peões de brega, Brandon McNulty ficou no corte e gastou mais 12 s, o mesmo aconteceu com Jay Vine que chegou à meta a 19 s do vencedor. Dos oito ciclistas da UAE-Team Emirates, apenas Pascal Ackermann (6.º), Ryan Gibbons (14.º) e João Almeida (32.º), não perderam tempo.

A história da etapa fica pela tranquilidade que existiu no pelotão ao longo dos 202 km que ligaram Teramo a San Salvo. A fuga iniciada nos primeiros quilómetros por Paul Lapeira (AG2R), Thomas Champion (Cofidis), Mattia Bais (Eolo), Alessandro Verre (Arkéa) e Stefano Gandin (Corratec), rapidamente chegou aos 5,40 m de diferença, que foram emagrecendo à mediada que os quilómetros passavam para ser neutralizada a 38 km da meta. Nessa altura Trek-Segafredo, Alpecin-Deceuninck, Soudal-Quick Step e Bahrain-Victorious assumiram a cabeça do pelotão, procurando posicionamento para a mais que certa chegada em pelotão.

Aproveitando o lançamento de Damiano Caruso, a explosão de Jonathan Milan (Bahrain) permitiu ao gigante do Giro com 1,84 metros, registar a primeira vitória numa grande volta, depois de este ano ter sido primeiro numa etapa no Tour Saudita. Milan foi formado na pista, em 2020 foi campeão do mundo de perseguição por equipas e conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos no Japão em 2021, estabelecendo um novo recorde mundial.


Classificações

2.ª ETAPA TERAMO - SAN SALVO 202 KM

1.º Jonathan Milan (Ita/Bahrain) 4.55,11 h
à média de 41,059 km/h
2.º David Dekker (Ned/Arkéa) mt
3.º Kaden Groves (Aus/Alpecin) mt
4.º Arne Marit (Bel/Intermarché) mt
5.º Marius Mayrhofer (Ale/DSM) mt
6.º Pascal Ackermann (Ale/Bora) mt
7.º Fernando Gaviria (Col/Movistar) mt
8.º Niccoló Bonifazio (Ita/Intermarché) mt
9.º Jake Stewart (Gbr/Groupama) mt
10.º Michael Matthews (Aus/Jayco) mt
32.º João Almeida (Por/Emirates) nt

CLASSIFICAÇÃO GERAL
1.º Remco Evenepoel (Bel/Soudal) 5.16,29 h
2.º Filippo Ganna (Ita/Ineos) a 22 s
3.º João Almeida (Por/Emirates) a 29 s
4.º Stefan Kung (Sui/Groupama) a 43 s
5.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo) a 43 s
6.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos) a 55 s
7.º Aleksandr Vlasov (Rus/Bora) a 55 s
8.º Tao Geoghegan Hart (Gbr/Ineos) a 59 s
9.º Brandon McNulty (Usa/Emirates) a 1,00 m
10.º Jay Vine (Aus/Emirates) a 1,05 m

A Bola
 
João Almeida sobe ao segundo lugar!

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Numa etapa marcada pelo mau tempo a que se juntaram os complicados 40 km finais, João Almeida (UAE-Team Emirates) subiu para segundo na geral, mas não deixou de pregar um valente susto aos portugueses.

Tudo começou com uma queda no pelotão a 15 km da meta que originou um corte, inesperadamente surgiu o ciclista português a perder o contacto por também ter caído, embora sem grandes consequências. O grupo formado por Formolo, Vine e Ulissi ficou para trás e 4 km mais adiante estava feita a junção e regressava a tranquilidade nas hostes nacionais, numa altura em que Brandon McNulty se encontrava cada vez mais atrasado.

A 3.ª etapa entre Vasto e Melfi na distância de 213 km, apresentava as principais dificuldades nos últimos quilómetros com duas contagens de montanha e um final bastante sinuoso. Logo à partida, Alexander Konychev e Veljko Stojnic (Corratec) deixaram para trás o grosso da coluna e encetaram uma aventura que tinha o destino marcado. Os pupilos de Francesco Fassi que chegaram a ter sete minutos de diferença, com a chuva e vento a ditarem leis, foram neutralizados a 36 km da meta, quando se iniciou a subida para a primeira contagem de montanha.

Com as inclinadas rampas a deixarem marcas, ficou na frente um pelotão com 61 corredores, que comandado pelos homens do camisola rosa, Remco Evenepoel, obrigaram à formação de vários grupos. O trabalho da Jayco-Alula nos últimos 20 km acabou por ser premiado com o sprint vitorioso de Michael Matthews, que conseguiu a terceira vitória em etapas no Giro e a décima em grande voltas, com quatro na Volta à França e três na Volta à Espanha. «Estou sem palavras, vencer aqui é sempre extraordinário, depois de tudo o que passei nos últimos meses. Foi um dia muito longo e chato, mas no final tudo correu conforme o que tínhamos planeado. Fiquei preocupado com as muitas quedas que poderiam acontecer devido ao piso molhado. Com Pedersen no grupo tinha que sprintar mais cedo para abrir espaço e foi o que aconteceu com o trabalho dos meus companheiros», afirmou o vencedor.

Remco Evenepoel (Soudal), não só manteve a camisola rosa como aumentou a diferença para os principais adversários, no sprint bonificado foi primeiro, seguido de Primoz Roglic (Jumbo) que subiu à terceira posição na geral. «Assumimos a liderança na descida porque a estrada estava muito perigosa devido à chuva. Vi que Jumbo-Visma estava atrás de nós e não gastou muita energia, ganhei três segundos e apenas um a Roglic, o que considero muito bom depois de um dia tranquilo com um final agitado. O plano para amanhã poderá passar por perder a camisola rosa. Conheço bem a etapa, pode ser que outra equipa tente vencer e aí até poderei manter o primeiro lugar na geral», frisou Evenepoel à saída do pódio.

Dos primeiros da geral saiu Filippo Ganna (Ineos) que cortou a meta com mais 15,11 m, depois de ter ficado num dos cortes verificados a meio da tirada.

Classificações
3.ª ETAPA VASTO - MELFI 213 KM

1.º Michael Matthews (Aus/Jayco) 5.01,41 h
à média de 42,362 km/h
2.º Mads Pedersen (Din/Trek) mt
3.º Kaden Groves (Aus/Alpecin) mt
4.º Vincenzo Albanese (Ita/Eolo) mt
5.º Stefano Oldani (Ita/Alpecin) mt
6.º Sven Erik Bystrom (Nor/Intermarché) mt
7.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo) mt
8.º Simone Velasco (Ita/Astana) mt
9.º Toms Skujins (Let/Trek) mt
10.º Andrea Vendrame (Ita/AG2R) mt
41.º João Almeida (Por/Emirates) nt

CLASSIFICAÇÃO GERAL
1.º Remco Evenepoel (Bel/Soudal) 10.18,07 h
2.º João Almeida (Por/Emirates) a 32 s
3.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo) a 44 s
4.º Stefan Kung (Sui/Groupama) a 46 s
5.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos) a 58 s
6.º Aleksandr Vlasov (Rus/Bora) a 58 s
7.º Tao Geoghegan Hart (Gbr/Ineos) a 1,02 m
8.º Michael Matthews /Aus/Jayco) a 1,02 m
9.º Jay Vine (Aus/Emirates) a 1,08 m
10.º Mads Pedersen (Din/Trek) a 1,18 m

A Bola
 
Evenepoel decidiu não defender camisola rosa

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Uma jogada tática programada resultou na mudança de camisola rosa no final da 4.ª etapa da Volta a Itália, com Remco Evenepoel (Soudal) a abdicar de defender a liderança, e com Andreas Leknessund (Team DSM) a ser o segundo norueguês a liderar na história do Giro.

A jornada não começou bem para João Almeida (Emirates) na descida do Lagopesole com 35 km percorridos, aconteceram vários cortes no pelotão e de repente o ciclista português ficava num deles.

Durante 12 km e com o apoio de dois companheiros de equipa correu atrás do prejuízo para conseguir a recolagem. A partir daí manteve-se ao lado dos galos da pelotão e cortou a meta no grupo dos 25 que gastaram mais 2,01 m.

Notou-se alguma debilidade na equipa de João Almeida, que na subida final apenas teve a companhia de Jay Vine, todos os restantes ficaram nas covas, McNulty e Formolo descolaram no início da subida final, Ulissi que tinha caído sentiu dificuldades, Ackermann, Gibbons e Covi muito cedo deixaram de fazer companhia a João Almeida.

Numa tirada com três contagens de montanha de 2.ª cat. e com o mau tempo por companhia, o importante na ligação entre Venosa e Lago Laceno com 175 km, passava pelos candidatos não pretenderem ganhar alguns segundos, mas não perderem tempo entre eles. Embora a Ineos-Grenadiers tentasse contrariar a decisão da Soudal-Quick Step perder a liderança, a decisão de Remco Evenepoel em não continuar de rosa foi tomada a 40 km da meta quando os fugitivos tinham 4,15 m de vantagem e 10 km mais adiante a diferença subiu para 5,50 m, margem confortável para que o campeão do mundo despisse voluntariamente a camisola de líder, enquanto os aspirantes ao pódio não pretenderam mostrar as suas virtude e muito menos as suas carências.

Ao não defender a camisola rosa, a Soudal-Quick Step vai poder recuperar Cerny, Serry, Cattaneo e Hirt, que chegaram esgotados ao final da etapa, onde apenas Evenepoel chegou no grupo da frente.

A decisão do diretor desportivo David Bramati, foi tomada levando em conta a desgastante etapa de sexta-feira em alta montanha com final no Campo Imperatore, com a meta (1.ª cat.) no final de uma subida com 40 km e uma contagem de 2.ªcat. sensivelmente meio da ascensão, a que se junta o importante contrarrelógio com 35 km no domingo em Cesena, no qual Evenepoel deverá recuperar a camisola rosa.

«Atingimos o nosso objetivo, ainda vamos ter muito tempo para reivindicar o bom lugar novamente. O nosso plano passava por abrir mão da liderança para as duas próximas etapas, fiquei satisfeito porque ultrapassámos bem esta etapa que foi bastante agitada. É com muito prazer que na próxima etapa vou vestir a camisola arco-íris», afirmou Evenepoel.

A fuga de Paret-Peintre (AG2R), Conci (Alpecin), Albaneses (Eolo), Barguil (Arkéa), Leknessund (DSM), Ghebreigzabhier (Trek) e Skuijns (Trek) começou a tomar corpo quando a Soudal percebeu que os fugitivos tinham pernas para chegarem ao fim e o plano idealizado resultou.

Nos últimos dois quilómetros ficaram na frente Paret-Peintre e Andreas Leknessund, o primeiro venceu a etapa e o segundo conquistou a camisola rosa.
«O Giro era o meu principal objetivo este ano, vim para lutar pela geral e sabíamos que hoje poderia ser um bom dia para a fuga. A última subida foi muito dura, o meu companheiro queria chegar à camisola rosa e que a vitória seria para mim. Estou feliz por ter conseguido este triunfo», afirmou o vencedor, que registou a terceira vitória como profissional.

«É super especial ter conquistado a camisola rosa. O plano inicial era ir para a vitória na etapa, mas no fundo e na minha cabeça sabia que a camisola rosa era possível. Estamos no Giro de Itália e todos os dias olhava para esta camisola, agora que posso vesti-la pelo menos um dia deixa-me feliz e muito orgulhoso», declarou, emocionado, Leknessund.

Classificações
4.ª Etapa Venosa – Lago Laceno 175 km

1.º Aurélien Paret-Peintre (Fra/AG2R) 4.16,04 h
à média de 41,005 km/h
2.º Andreas Leknessund (Nor/Team DSM) a 2 s
3.º Toms Skujins (Let/Trek) a 57 s
4.º Vincenzo Albanese (Ita/Eolo) mt
5.º Nicola Conci (Ita/Alpecin) a 1,02 m
6.º Amanuel Ghebreigzabhier (Eri/Trek) a 1,07 m
7.º Koen Bouwman (Ned/Jumbo-Visma) a 2,01 m
8.º Damiano Caruso (Ita/Bahrain) mt
9.º Eddie Dunbar (Irl/Jayco) mt
10.º Aleksandr Vlasov (Rus/Bora) mt
20.º João Almeida (Por/Emirates) mt

CLASSIFICAÇÃO GERAL
1.º Andreas Leknessund (Nor/Team DSM) 14.35,44 h
2.º Remco Evenepoel (Bel/Soudal) a 28 s
3.º Aurélien Paret-Peintre (Fra/AG2R) a 30 s
4.º João Almeida (Por/Emirates) a 1,00 m
5.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo) a 1,12 m
6.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos) a 1,26 m
7.º Aleksandr Vlasov (Rus/Bora) mt
8.º Toms Skujins (Let/Trek) a 1,29 m
9.º Tao Geoghegan Hart (Gbr/Ineos) a 1,30 m
10.º Jay Vine (Aus/Emirates) a 1,36 m

A Bola
 
João Almeida salvou o dia em final caótico

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O mau tempo que se faz sentir no sul de Itália, marcou drasticamente a 5.ª etapa da Volta à Itália, com chuva constante, frio e vento que estiveram na origem de inúmeras quedas, a que se juntou um arrepiante final, no qual Mark Cavendish (Astana) cortou a meta deitado a resvalar pelo asfalto, com o triunfo a pertencer a Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck), mantendo-se Andreas Leknessund (Team DSM) com a camisola rosa de líder.

Entre os inúmeros problemas que afetaram o pelotão devido ao meu tempo, João Almeida (Emirates) acabou por salvar o dia ao cortar a meta na 60.ª posição, sendo-lhe atribuído o tempo do vencedor e mantendo o quarto lugar na geral a um minuto do camisola rosa.

«Foram quatro horas de corrida em que perdi quatro anos de vida. Não foi incrível», afirmou o ciclista português no final da etapa, depois de ter realizado uma corrida defensiva, evitando as quedas e procurando uma colocação que lhe permitisse estar atento às movimentações dos principais adversários. Acabou por ficar envolvido na confusão gerada pela queda a 2,3 km da meta, já dentro da área de proteção dos 3 km, juntamente com Evenepoel, Roglic, Vlasov e Aleotti entre outros, mas sem complicações de maior.

O mais prejudicado na UAE-Team Emirates foi Jay Vine que gastou mais 1,11 m e desceu na geral para o 21.º lugar a 2,47 m do primeiro, por ter ficado na queda a 7 km que originou o corte.

A etapa entre Atripalda e Salerno na distância de 171 km, apresentava um perfil desgastante com subidas e descidas, com duas contagens de montanha de 3.ª cat. que não sendo complicadas, acabaram por deixar marcas na corrida.

Na descida da primeira e decorridos 20 km, um cão transviado tentou atravessar a estrada provocando a queda de Davide Ballerini (Soudal), o bidon de água saltou do quadro da bicicleta em direção a Remco Evenepoel que na tentativa de o evitar provocou a derrapagem da roda dianteira e a queda foi inevitável. Depois de alguns instantes de expetativa e o ciclista belga ter demonstrado algum desconforto, levantou-se retomando a marcha e levantando o polegar da mão esquerda dando sinal que estava tudo bem.

No final da etapa afirmou a caminho do autocarro; «Tenho muitas dores, vamos ver o que se passa», para de seguida a equipa informar que para dissipar as duvidas, Evenepoel iria ser radiografado por sentir dores numa das mãos.

Na história da etapa fica a fuga iniciada nos primeiro quilómetros por Thomas Champion (Cofidis), Samuele Zoccaratto (Green Project) e Stefano Gandin (Corratec), que desafiaram as leis do tempo e entraram numa aventura que não tinha a mínima possibilidade de chegar ao fim, realizando uma corrida desgastante. Com 25 km percorridos, os fugitivos registavam a diferença de 4,30 m para o pelotão, que estava mais preocupado com a estrada escorregadia que com a aventura que finalizou quando a 6 km da meta Zoccaratto se rendeu, depois de um quilómetro antes uma nova queda ter lançado a confusão e originado um corte que penalizou alguns ciclistas.

No atribulado sprint na reta da meta saiu vencedor o australiano Kaden Groves; «Depois da queda a 7 quilómetros do final foi incrível conseguir chegar à frente. Estou feliz porque esta era uma das minhas grandes metas este ano, sonhava com esta vitória desde novembro, mas não acaba aqui porque ainda faltam algumas etapas que posso vencer. A minha reação à queda de Gaviria, foi ele ter travado a fundo e bater-me, consegui colocar a corrente com rapidez e voltar rapidamente ao pelotão».
Primoz Roglic (Jumbo) queixava-se de alguns pequenos arranhões;«Podia ter terminado pior, os meus companheiros estavam atentos e recuperei rapidamente. Na segunda queda perto da meta fui atingido numa perna por alguém que também caiu, mas felizmente não foi nada de especial. Na primeira queda de Evenepoel perguntei-lhe como estava e respondeu que se encontrava bem». Alberto Dainese (DSM) que tinha cortado a meta em 4.º lugar, foi relegado para a 32.ª posição por segundo os comissários ter efetuado o sprint final irregular.

5.ª ETAPA ATRIPALDA - SALERNO 171 KM
1.º Kaden Groves (Aus/Alpecin-Deceuninck) 4.30,19 h à média de 37,995 km/h
2.º Jonathan Milan (Ita/Bahrain) mt
3.º Mads Pedersen (Din/Trek) mt
4.º Mark Cavendish (Gbr/Astana) mt
5.º Nicolas Dalla Valle (Ita/Corratec) mt
6.º Mirco Maestri (Ita/Eolo) mt
7.º Filippo Fiorelli (Ita/Gren Projecy) mt
8.º Andrea Vendrame (Ita/AG2R) mt
9.º Michael Matthews (Aus/Jayco) mt
10.º Niccoló Bonizazio (Ia/Intermarché) mt
60.º João Almeida (Por/Emirates) mt

CLASSIFICAÇÃO GERAL
1.º Andreas Leknessund (Nor/Team DSM) 19.06,03 h
2.º Remco Evenepoel (Bel/Soudal) a 28 s
3.º Aurélien Paret-Peintre (Fra/AG2R) a 30 s
4.º João Almeida (Por/Emirates) a 1,00 m
5.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo) a 1,12 m
6.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos) a 1,26 m
7.º Aleksandr Vlasov (Rus/Bora) mt
8.º Toms Skujins (Let/Trek) a 1,29 m
9.º Tao Geoghegan Hart (Gbr/Ineos) a 1,30 m
10.º Vincenzo Albanese (Ita/Eolo) a 1,39 m

A Bola
 
Fugitivos traídos pela fúria do pelotão

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Na véspera da chegada ao maciço do Gran Sasso, o pelotão baixou a guarda e correu sem grandes preocupações a 6.ª etapa da Volta à Itália, que teve partida e chegada a Nápoles na distância de 162 quilómetros, mantendo-se as classificações sem alterações, com Andreas Leknessund ( Team DSM) de líder.

Prevendo o tremendo desgaste físico na etapa com final em Campo Imperatore, em que a subida tem 45 quilómetros, a passagem pela contagem de 2.ª cat. e chegada à meta de 1.ª cat., deverão constituir os pontos decisivos para uma revolução na classificação geral, num importante teste para os que correm para os primeiros lugares.
Evenepoel, Roglic, João Almeida, Thomas, Vlasov, Geoghegan Hart, Haig, Arensman, Carthy e Vine, realizaram uma etapa em economia de esforço, atentos às quedas e sem arriscarem, chegaram à meta e passaram despercebidos ao longo da jornada.

O interesse da etapa residiu na fuga iniciada nos primeiros quilómetros por Alexandre Delettre (Cofidis), Francesco Gavazzi (Eolo), Simon Clarke (Israel), Charlie Quartemann (Corratec) e Alessandro De Marchi (Jayco).

O percurso com duas contagens de montanha e uma quilometragem acessível, motivou os veteranos Clarke e De Marchi, que depois dos restantes companheiros de aventura terem abdicado a 70 quilómetros da meta, acreditaram que seria possível discutir a vitória em Nápoles.

O ritmo imposto pela Trek-Segafredo nos últimos 20 km, com Movistar, Bahrain e Bora a darem uma ajuda, nem a troca de bicicleta de Primoz Roglic e a avaria de Geraint Thomas, beliscaram a fúria do pelotão que mais uma vez foi impiedoso para os dois protagonistas da etapa, neutralizados a 300 metros da meta completamente esgotados e sem forças.

«Demos tudo e fomos mais longe do que realmente era possível, Alessandro estava muito forte e a entreajuda foi perfeita. Depois de um contrarrelógio de 160 quilómetros não podemos reclamar», afirmou Simon Clarke algo desiludido.

No sopé do Vesúvio, Fernando Gaviria (Movistar) num sprint lançado abriu cedo de mais as hostilidades, confirmando os prognósticos o antigo campeão do mundo, Mads Pedersen explodiu nos últimos 100 metros e culminou com sucesso o trabalho desenvolvido pela Trek-Segafredo. «Sinto-me culpado por termos absorvido os fugitivos que mereciam ter melhor sorte. Naturalmente que estou muito feliz pela vitória, porque foi para isso que viemos ao Giro. Foi uma etapa muito dura e tivemos que colocar todo grupo a trabalhar para chegarmos bem colocados à reta da meta. Tinha planeado fazer um sprint longo, mas Gaviria começou mais cedo e tive de explodir ao lado de Milan e Ackermann que se mostraram muito fortes», afirmou o vencedor que registou a terceira vitória da temporada.

«Foi uma etapa muito rápida, mas sempre me senti bem e apoiado pela equipa. Se tenho sequelas? Claro que sim porque não passam de um momento para o outro, sinto a perna dura mas não se ressentiu do esforço. Hoje fiz uma boa corrida e amanhã espero estar muito bem na subida», frisou Remco Evenepoel (Soudal).
Também João Almeida perspetivou a etapa de sexta-feira: «Amanhã é o verdadeiro teste para os candidatos à geral. É uma subida muito longa até ao final. Não é a mais difícil, mas vai ser um dia bem longo, com frio no final, por isso, de certeza que vai ser duro. Vamos descobrir como estão as pernas, sobretudo depois da queda. Esperemos que esteja bem.»

6.ª ETAPA NÁPOLES - NÁPOLES 162 KM
1.º Mads Pedersen (Din/Trek-Segafredo) 3.44,45 h à média de 43,248 km/h
2.º Jonathan Milan (Ita/Bahrain) mt
3.º Pascal Ackermann (Ale/Emirates) mt
4.º Kaden Groves (Aus/Alpecin-Deceuninck) mt
5.º Fernando Gaviria (Col/Movistar) mt
6.º Michael Matthews (Aus/Jayco) mt
7.º Vincenzo Albanesi (Ita/Eolo) mt
8.º Marius Mayrhofer (Ale/Team DSM) mt
9.º Lorenzo Rota (Ita/Intermarché) mt
10.º Simone Velasco (Ita/Astana) mt
38.º João Almeida (Por/Emirates) mt

CLASSIFICAÇÃO GERAL
1.º Andreas Leknessund (Nor/Team DSM) 22.50,48 h
2.º Remco Evenepoel (Bel/Soudal) a 28 s
3.º Aurélien Paret-Peintre (Fra/AG2R) a 30 s
4.º João Almeida (Por/Emirates) a 1,00 m
5.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo) a 1,12 m
6.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos) a 1,26 m
7.º Aleksandr Vlasov (Rus/Bora) mt
8.º Toms Skujins (Let/Trek) a 1,29 m
9.º Tao Geoghegan Hart (Gbr/Ineos) a 1,30 m
10.º Vincenzo Albanese (Ita/Eolo) a 1,39 m

A Bola
 

Davide Bais vence 7.ª etapa do Giro'2023

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Para quem esperava uma luta de gigantes e um concerto de alto nível na subida para Campo Imperatore, ficou desiludido porque a 7.ª etapa da Volta à Itália constituiu um fiasco desportivo. Os tenores decidiram realizar um acordo de paz, meteram as violas nos sacos e adiaram o concerto para um dos próximos dias em outras estradas de montanha do Giro italiano.

Colocar uma subida de 45 km numa etapa de 218 km torna-se desumano para quem anda mais de seis horas em cima da bicicleta e todos os dias com a casa às costas. Esta é a vida de um ciclista profissional, dura, ingrata e traiçoeira, mas nada justifica a apatia que reinou no pelotão desde a partida à chegada, porque só é ciclista quem quer e como tal sujeita-se a um percurso que foi conhecido há mais de seis meses.

Na versão dos ciclistas todos os dias as etapas são duras e difíceis, pelo que a falta de iniciativa na etapa que ligou Cápua e Campo Imperatore, foi de conformismo entre corredores e equipas. O que aconteceu não tem justificação e demonstra que nesta altura do Giro, existe desconfiança entre os candidatos que dizem correr para a geral.

Como até agora não foram colocados à prova e antes que perder ou ganhar tempo numa aventura imprevisível, foi preferível ficar no pelotão ao lado dos adversários, numa clara falta de iniciativa e coragem, evitando situações precipitadas que poderiam ser desfavoráveis.
Por estranho que pareça, irá ser o longo contrarrelógio no domingo com 35 km em Cesena, que irá marcar diferenças e obrigar que na próxima semana a forma de atacar as montanhas seja completamente diferente do que aconteceu no Gran Sasso italiano, no qual se recuperou o velho ditado da montanha ter parido um rato, porque tudo ficou como estava na hora da partida em Cápua.
Perante a pasmaceira de um pelotão medroso e adormecido, salvou-se a iniciativa da fuga protagonizada por Davide Bais (Eolo), Simone Petilli (Intermarché) e Karel Vacek (Corratec), porque cedo se percebeu que Henok Mulubrhan (Green Project) não fazia parte daquele campeonato.

Depois de uma vantagem de mais de 12 minutos para o pelotão que foi apreciando a paisagem, os heróis da jornada com mais de 200 km nas pernas mereciam ser primeiros, mas como só pode ganhar um (em Portugal já ganharam dois), o italiano David Bais foi o vencedor, concluindo um final corajoso a mais de 2.100 metros de altitude.

O sonho de todos os ciclistas é vencer uma etapa numa grande volta e Davide Bais com 25 anos não foi exceção; «Entrei na fuga para conquistar pontos no prémio da montanha e depois ajudar Fortunato que corre para a geral. Quando vi que a fuga iria chegar economizei forças para dar tudo no final. Ainda tenho que perceber o que aconteceu, estou num bom momento e queria ganhar. Quero dedicar a vitória a um dos nossos companheiros, Arturo Gravalos, que luta contra um problema, à minha noiva, família, toda a equipa e às pessoas que me amam», afirmou o vencedor que registou a primeira vitória como profissional.

João Almeida viajou na carruagem dos candidatos, atento ao desenrolar da corrida, apenas teve a companhia de Jay Vine nos últimos 25 km, os restantes ficaram pelo caminho, que não é bom sinal quando apenas está percorrido um terço das etapas.
«Hoje até foi um dia fácil, só tive que correr na parte final. Ninguém tentou sair por causa do vento contrário», afirmou o ciclista português depois de Geraint Thomas (Ineos) ter declarado; «No grupo ninguém queria assumir e muito menos atacar, ir na roda era muito mais fácil. Eu queria fazer qualquer coisa, mas as condições simplesmente não eram as melhores», enquanto Hugh Carthy (EF Education) acrescentou; «Claro que estou feliz porque nada aconteceu e não perdi tempo, o vento contrario era muito forte e ninguém quis arriscar».

Remco Evenepoel, que viajou de helicóptero para o hotel, disse que tinha sido um dia perfeito; «Para nós a etapa até saiu bem, vamos ver as diferenças amanhã. O armistício foi principalmente devido ao vento que soprava forte, mas as sensações foram boas, até ganhei aquele sprint porque nunca se sabe se existem cortes no final. Estou um pouco assustado ter de ir de helicóptero para o hotel, espero que nada aconteça», rematou o campeão do mundo a queixar-se do frio.

O camisola rosa, Andreas Leknessund que se despachou mais tarde devido a ter ido à cerimónia do pódio concluiu; «As sensações foram boas e sinto-me bem, só no ultimo quilometro tive que estar mais atento. Foi um pouco chato porque não tive de lutar para manter a camisola rosa, esperava ter uma etapa mais difícil, mas a vida é como é e amanhã temos outra etapa».

7.ª ETAPA CÁPUA - CAMPO IMPERATORE 218 KM
1.º Davide Bais (Ita/Eolo-Kometa) 6.08,40 h à média de 35,479 km/h
2.º Karel Vacek (Cze/Cirratec) a 9 s
3.º Simone Petilli (Ita/Intermarché) a 16 s
4.º Remco Evenepoel (Bel/Soudal) a 3,10 m
5.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo-Visma) mt
6.º Thibaut Pinot (Fra/Groupama) mt
7.º Thomas Champion (Fra/Cofidis) mt
8.º João Almeida (Por/Emirates) mt
9.º Eddie Dunbar (Irl/Jayco-Alula) mt
10.º Christian Scaroni (Ita/Astana) mt

CLASSIFICAÇÃO GERAL
1.º Andreas Leknessund (Nor/Team DSM) 29.02,38 h
2.º Remco Evenepoel (Bel/Soudal) a 28 s
3.º Aurélien Paret-Peintre (Fra/AG2R) a 30 s
4.º João Almeida (Por/Emirates) a 1,00 m
5.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo) a 1,12 m
6.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos) a 1,26 m
7.º Aleksandr Vlasov (Rus/Bora) mt
8.º Tao Geoghegan Hart (Gbr/Ineos) a 1,30 m
9.º Lennard Kamna (Ale/Bora) a 1,54 m
10.º Damiano Caruso (Ita/Bahrain) a 1,59 m

A Bola
 
Roglic testou candidatos e Ben Healy impressionou

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O dia do 114.º aniversário da Volta à Itália apagou a desilusão da jornada anterior e proporcionou um empolgante final de etapa, numa luta de gigantes, na qual Andreas Leknessund (Tema DSM) manteve a camisola rosa de líder.

As duas fases do percurso entre Terni e Fossombrone com 207 km, proporcionaram dois tipos de corrida diferentes. Nos primeiros 150 km, a fuga de 12 ciclistas foi mantendo uma interessante vantagem que ultrapassou os seis minutos. Paret-Peintre (AG2R), Healy (Education), Gee (Israel), Verona (Movistar), Skujins (Trek), Battistella (Astana), Bidart (Cofidis), Bais (Eolo), Toneli (Green Project), Barguil (Arkéa), Iacchi (Corratec), Zana (Jayco), não incomodavam na geral e tiveram rédea larga do pelotão.

O irlandês Ben Healy (EF Education) com 22 anos, demonstrando os dotes de trepador, aproveitou a primeira passagem por Cappuccini a 50 km da meta, despediu-se dos companheiros de aventura e venceu de forma meritória pela primeira vez uma etapa numa grande volta; «Foi a cereja no topo do bolo, depois de alguns meses incríveis. Em etapas longas como esta, a dinâmica do grupo desempenha um papel importante no final. Não queria correr nenhum risco e apenas fugi por conta própria, na primeira subida senti que as pernas estavam boas e não me importei de ir sozinho. Fiquei surpreso por ninguém me seguir, mas sempre tenho um contrarrelógio nas pernas e consegui manter o ritmo até ao fim. As ultimas semanas foram incríveis. Esta foi a minha terceira vitória e todas em Itália», afirmou Healy que foi o mais novo ciclista a vencer uma etapa no Tour de L’Avenir em 2019, este ano tinha sido primeiro na 3.ª etapa na Settimana Coppi & Bartali e primeiro no GP Industria & Artigianato, segundo na Amstel Gold Race e quarto na Liége-Bastogne-Liége.

Na fase incandescente da etapa Primoz Roglic (Jumbo) destacou-se entre os candidatos, o esloveno aproveitou a segunda passagem pela subida de Cappuccini e encostou às cordas os principais adversários, demonstrando a solidez de um ciclista consistente, com uma cadencia de pedalada impressionante. Apenas Geraint Thomas e Tao Geoghegan Hart (Ineos) conseguiram chegar à sua roda, João Almeida, Jay Vine, Remco Evenepoel, Damiano Caruso, Eddie Dunbar e Pavel Sivakov, acabaram por gastar mais 14 segundos, na véspera de um importante contrarrelógio com 35 km.

João Almeida (Emirates) não respondeu à explosão de Roglic, manteve o seu ritmo e ao ficar no grupo não conseguiu utilizar a estratégia que lhe é tão peculiar. Em situações do género mantém um ritmo constante e consegue a aproximação, fazendo a progressão de uma forma compassada e constante de pedalada. Dada a instabilidade no grupo de que fazia parte, o ciclista português não colocou em pratica a sua forma de correr, a cooperação não resultou porque todos pensavam mais em si próprios do que no grupo e o resultado foram 14 segundos que perderam numa fase importante do Giro.

Entre os ainda candidatos, João Almeida mostrou ter boas pernas, Roglic Thomas, Geoghegan e Vlasov mostraram-se sólidos, enquanto Remco Evenepoel pregou um pequeno susto à legião belga, quando Almeida acelerou e o campeão do mundo cedeu na roda do português, para recuperar mais adiante.

«Não foi o meu melhor dia, caso contrario teria seguido Roglic. Parecia que ele estava a sentir-se bem e colocou todos sob pressão, a 400 metros do topo as minhas pernas estavam cheias. Foi mais uma lição que aprendi com um ciclista experiente, fui um pouco infeliz e talvez um pouco estupido. Tinha pernas para seguir mas se as usasse mal seria lamentável. Ainda tenho meio minuto e espero que amanhã leve segundos ou um minuto», afirmou Evenepoel, com Primoz Roglic a rematar: «Fazemos planos mas às vezes a realidade é diferente. Estou sempre pronto para agarrar as oportunidades quando elas chegam. A subida final foi difícil e íngreme, mas eu tinha boas pernas e estava bem. Estou satisfeito com a minha condição». Filippo Ganna (Ineos) não alinhou à partida por ter dado positivo com Covid-19.

8.ª ETAPA TERNI - FOSSOMBRONE 207 KM
1.º Ben Healy (Irl/EF Education) 4.44,24 h à média de 43,671 km/h
2.º Derek Gee (Can/Israel) a 1,49 m
3.º Filippo Zanna (Ita/Jayco-Alula) mt
4.º Warren Barguil (Fra/Arkéa) mt
5.º Carlos Verona (Esp/Movistar) a 2,12 m
6.º Mattia Bais (Ita/Eolo-Komeya) a 2,37 m
7.º Toms Skujins (Let/Trek-Segafredo) a 3,51 m
8.º Alessandro Tonelli (Ita/Green Project) a 3,56 m
9.º Oscar Riesebeek (Ned/Alpecin-Deceuninck) a 4,00 m
10.º Tao Geoghegan Hart (Gbr/Ineos-Grenadiers) a 4,34 m
15.º João Almeida (Por/Emirates) a 4,48 m

CLASSIFICAÇÃO GERAL
1.º Andreas Leknessund (Nor/Team DSM) 33.52,10 h
2.º Remco Evenepoel (Bel/Soudal) a 8 s
3.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo) a 38 s
4.º João Almeida (Por/Emirates) a 40 s
5.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos) a 52 s
6.º Tao Geoghegan Hart (Gbr/Ineos) a 56 s
7.º Aurélien Paret-Peintre (Fra/AG2R) a 58 s
8.º Aleksandr Vlasov (Rus/Bora) a 1,26 m
9.º Damiano Caruso (Ita/Bahrain) a 1,39 m
10.º Lennard Kamna (Ale/Bora) a 1,54 m

A Bola
 
João Almeida 9.º no contrarrelógio ganho por Evenepoel, o novo camisola rosa[

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Espetacular e emocionante o contrarrelógio da 9.ª etapa da Volta à Itália, percorrido debaixo de chuva entre Savignano Sul Rubicone e Cesena na distância de 35 km, com triunfo de Remco Evenepoel (Soudal), que por um segundo bateu Geraint Thomas (Ineos) e conquistou a camisola rosa de líder, com a vantagem de 45 segundos para o britânico.

Aumentou a expetativa para a próxima semana, com o número de candidatos a ficar reduzido a Remco Evenepoel, Geraint Thomas, Primoz Roglic, Tao Geoghegan Hart, João Almeida e Aleksandr Vlasov, com a Ineos-Grenadiers a complicar as contas por dispor de três ciclistas entre os primeiros dez da geral; Geraint Thomas (2.º), Tao Geoghegan Hart (4.º) e Pavel Sivakov (10.º).

Não sendo dos melhores contrarrelógios que realizou, João Almeida (Emirates) conseguiu um resultado positivo e manter-se na corrida aos lugares do pódio. O tempo registado no primeiro ponto intermédio aos 13 km não foi famoso (11.º) com mais 32 s que Evenepoel, mas conseguiu estabilizar e manter um bom ritmo até final, subindo alguns furos nos últimos 5 km ao melhorar consideravelmente e finalizando em 9.º lugar a 35 s do vencedor.

«Estou contente com a minha performance, as curvas estavam escorregadias e tive um pouco de receio. Senti-me bastante bem em cima da bicicleta, foi difícil encontrar o ritmo certo em todas as curvas. Guardei um bocado de força para a parte final, talvez tivesse sido demasiado tarde. Perdi algum tempo para alguns corredores mas no geral consegui uma boa corrida. Penso que estive melhor na segunda que na primeira parte, foi bom e estou desejoso pelo dia de descanso», afirmou João Almeida que perdeu a viseira do capacete no ultimo quilómetro; «Nada de especial estava a chegar ao fim e não houve problemas».

Joxean Matxin, diretor geral da UAE-Team Emirates, comentou a corrida de João Almeida; «Realizou o contrarrelógio dentro do que tínhamos previsto. Podemos prever o que os nossos ciclistas podem fazer mas não sabemos como será o desempenho dos adversários e aqui a Ineos surpreendeu porque esteve muito forte, já de Remco esperava um pouco melhor e sabíamos que Roglic iria de menos a mais como aconteceu. João Almeida está em condições de nas duas semanas que faltam correr para os lugares do pódio, a Ineos veio complicar um pouco as contas com Thomas e Geoghegan muito fortes e com Vlasov em bom plano».

Remco Evenepoel não falhou nos prognósticos e venceu o segundo contrarrelógio do Giro, por uma margem mínima e longe dos números que se esperavam, um segundo de diferença para Thomas e dois para Geoghegan explicam a regularidade entre os três ciclistas. Roglic que ficou a 17 segundos realizou uma segunda metade em crescendo, ao contrário do belga que entrou a ganhar muito tempo, perdendo alguns segundos nos últimos quilómetros.

«Não foi o meu melhor contrarrelógio, comecei muito rápido e não doseei o esforço corretamente. O vento contrario na segunda metade do percurso não foi bom e enfrentei uma verdadeira luta. Os últimos seis quilómetros foram bons, de repente voltei a ter força e consegui pedalar os valores dos primeiros 10 minutos, foi aqui que consegui fazer a diferença», afirmou Evenepoel que sobre o tempo de Roglic acrescentou; «É melhor que nada. Fiquei muito animado quando ouvi no ponto intermédio que tinha meio minuto à sua frente, mas depois surgiu um maior equilíbrio. Realmente não esperava que Geoghegan fosse tão bom no contrarrelógio, mas ele e Thomas estão em boa forma. Na Ineos sabem bem o que estão a fazer».

Primoz Roglic fez no final o balanço do contrarrelógio; «Na geral Remco está um pouco à minha frente, vai ser interessante nas próximas semanas. Sou um pouco lento no início dos contrarrelógios e termino melhor do que comecei, hoje não foi diferente. A diferença de tempo não foi assim tão grande com se anunciava antes da corrida começar. O Giro vai durar três semanas e ainda só foi cumprida a primeira, há muita estrada pela frente e as dificuldades vão aumentar».

9.ª ETAPA SAVIGNANO SUL RUBICONE-CESENA 35 KM (CRI)
1.º Remco Evenepoel (Bel/Soudal-Quick Step) 41,24 mà média de 50,725 km/h
2.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos-Grenadiers) a 1 s
3.º Tao Geoghegan Hart (Gbr/Ineos-Grenadiers) a 2 s
4.º Stefan Kung (Sui/Groupama-FDJ) a 4 s
5.º Bruno Armirail (Fra/Groupama-FDJ) a 8 s
6.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo-Visma) a 17 s
7.º Thymen Arensman (Ned/Ineos-Grenadiers) a 24 s
8.º Aleksandr Vlasov (Rus/Bora-Hansgrohe) a 30 s
9.º João Almeida (Por/UAE-Team Emirates) a 35 s
10.º Damiano Caruso (Ita/Bahrain/Victorious) a 42 s

CLASSIFICAÇÃO GERAL
1.º Remco Evenepoel (Bel/Soudal-Quick Step) 34.33,42 h
2.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos-Grenadiers) a 45 s
3.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo-Visma) a 47 s
4.º Tao Geoghegan Hart (Gbr/Ineos-Grenadiers) a 50 s
5.º João Almeida (Por/Emirates) a 1,07 m
6.º Andreas Leknessund (Din/Team DSM) mt
7.º Aleksandr Vlasov (Rus/Bora) a 1,48 m
8.º Damiano Caruso (Ita/Bahrain) a 2,13 m
9.º Lennard Kamna (Ale/Bora) a 2,37 m
10.º Pavel Sivakov (Fra/Ineos-grenadiers) a 3,00 m

A Bola
 
Positivo à Covid-19: Remco Evenepoel fora do Giro, Almeida sobe a 4.º

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O ciclista belga Remco Evenepoel (Soudal Quick Step), que liderava a presente edição da Volta à Itália, foi forçado a abandonar ao início da noite deste domingo o Giro ao acusar positivo à Covid-19.

Com o abandono de Evenepoel, o português João Almeida (Emirates), que era quinto classificado, passa a ser quarto colocado da classificação geral, a 22 segundos do novo 'camisola rosa', que passou a ser o britânico Geraint Thomas (Ineos-Grenadiers), até aqui segundo classificado.

Em segundo da classificação geral segue, agora, e assim, o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), de quem João Almeida dista 20 segundos, e em terceiro está o britânico Tao Geoghegan Hart (Ineos-Grenadiers), corredor que gastou menos 17 segundos do que o português nas nove etapas da prova cumpridas até este dia, em que Remco Evenepoel tinha, precisamente, vencido a tirada, um contrarrelógio individual entre Savignano sul Rubicone e Cesena, de 35 quilómetros.

Pelo mesmo motivo, o colombiano Rigoberto Urán (EF Education-EasyPost) também abandonou a prova.

A Bola
 
Positivo à Covid-19: Remco Evenepoel fora do Giro, Almeida sobe a 4.º

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O ciclista belga Remco Evenepoel (Soudal Quick Step), que liderava a presente edição da Volta à Itália, foi forçado a abandonar ao início da noite deste domingo o Giro ao acusar positivo à Covid-19.

Com o abandono de Evenepoel, o português João Almeida (Emirates), que era quinto classificado, passa a ser quarto colocado da classificação geral, a 22 segundos do novo 'camisola rosa', que passou a ser o britânico Geraint Thomas (Ineos-Grenadiers), até aqui segundo classificado.

Em segundo da classificação geral segue, agora, e assim, o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), de quem João Almeida dista 20 segundos, e em terceiro está o britânico Tao Geoghegan Hart (Ineos-Grenadiers), corredor que gastou menos 17 segundos do que o português nas nove etapas da prova cumpridas até este dia, em que Remco Evenepoel tinha, precisamente, vencido a tirada, um contrarrelógio individual entre Savignano sul Rubicone e Cesena, de 35 quilómetros.

Pelo mesmo motivo, o colombiano Rigoberto Urán (EF Education-EasyPost) também abandonou a prova.

A Bola
 
Volta à Itália: João Almeida sobreviveu ao temporal

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João Almeida (Emirates) depois de sofrer durante cinco horas em cima da bicicleta, sobreviveu a uma etapa de extrema dureza, devido ao frio e chuva que tornou o piso escorregadio, originando inúmeras quedas e os consequentes abandonos. Perante uma situação problemática e num percurso com a primeira metade a subir, o ciclista português, líder do prémio da juventude, não arriscou e manteve-se no pelotão atento à evolução da corrida, junto aos adversários que correm para a geral. Nem uma ofensiva da Bahrain-Victorious, na descida do Passo delle Radici, incomodou João Almeida, que tinha como prioridade evitar as quedas e não perder de vista os corredores que têm os mesmos objetivos, chegando ao fim cansado mas sem problemas, mantendo o quarto lugar na geral e com a missão cumprida.

Na UAE-Team Emirates, a queda de Jay Vine obrigou a que Formolo, Gibbons e Covi tivessem tentado levar o australiano ao pelotão, mas sem sucesso com o relógio a ser impiedoso e marcar mais 11,19 m que o vencedor, Brandon McNulty demonstrou grandes dificuldades, descolou na primeira subida e cortou a meta com mais 23,02 m, o que não constitui bom sinal para as próximas etapas.

Depois de muitos protestos por parte do ciclistas, que afirmavam não existirem condições para concluir a etapa devido ao mau tempo, a organização decidiu manter o percurso original entre Scandiano e Viareggio com 196 quilómetros, num dia que foi de pura sobrevivência.

A fuga de Derek Gee (Israel), Alessandro De Marchi (Jayco), Magnus Cort (EF Education) e Davide Bais (Eolo) resistiu à perseguição do pelotão, em virtude de nenhum dos fugitivos ter influência na geral. Com Bais líder da montanha a abdicar depois da contagem de 2.ª cat., a luta pela vitória ficou reduzida aos restantes, com a perseguição por parte da Trek, Astana e Bahrain a não resultar. Na reta da meta De Marchi esboçou o sprint, Derek respondeu, com Magnus Cort na roda do canadiano a explodir no momento certo para vencer sem contestação, entrando nos históricos do ciclismo que venceram etapas nas três grandes voltas, duas no Tour, seis na Vuelta, uma no Giro e duas este ano na Volta ao Algarve, no Alto da Foia e Tavira.

Geraint Thomas, que se mantém como líder da geral, contou como decorreu o dia vestido de rosa; «Não foram as melhores condições para vestir a camisola rosa, mas devo dizer que acabou por ser um dia sólido. Estava muito frio e a descida bastante perigosa. Muita coisa aconteceu, mas estou feliz por passar bem por este dia. Não estou a vestir esta camisola com garantia de nada, dia após dia vamos lutar para a defender, com este clima nunca se sabe o que pode acontecer a qualquer momento na estrada».

O fantasma do covid-19 mora no pelotão da Volta à Itália, na etapa de hoje, Rigoberto Uran (EF Education), Stefan Kung (Groupama), Domenico Pozzovivo (Israel), Callum Sctson (Jayco), Simone Petilli (Intermarché) Sven Erik Bystrom e Rein Taaramae (Intermarché), todos deram positivo e não alinharam à partida, Aleksandr Vlasov (Bora) que era sexto classificado na geral, desistiu por problemas de saúde, a equipa médica não informou os motivos. Dos 176 ciclistas que alinharam à partida na Volta à Itália, desitiram 26, uns por cobvid-19 e outros por quedas ou doenças não especificadas,

Classificações

10.ª ETAPA SCANDIANO - VIAREGGIO 196 KM

1.º Magnus Cort (Din/EF Education-EasyPost) 4.51,15 h
à média de 40,378 km/h
2.º Derek Gee (Can/Israel-Premier Tech) mt
3.º Alessandro De Marchi (Ita/Jayco-Alula) a 2 s
4.º Mads Pedersen (Din/Trek-Segafredo) a 51 s
5.º Pascal Ackerman (Ale/UAE-Team Emirates) mt
6.º Stefano Oldani (Ita/Alpecin-Deceuninck) mt
7.º Jonathan Milan (Ita/Bahrain-Victorious) mt
8.º Mark Cavendish (Gbr/Astana Qazaqstan) mt
9.º Mirco Maestri (Ita/Eolo-Kometa) mt
10.º Filippo Fiorelli (Ita/Green Project-Bardiani) mt
24.º João Almeida (Por/UAE-Team Emirates) mt

CLASSIFICAÇÃO GERAL
1.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos-Grenadiers) 39.26,33 h
2.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo-Visma) a 2 s
3.º Tao Geoghegan Hart (Gbr/Ineos-Grenadiers) a 5 s
4.º João Almeida (Por/Emirates) a 22 s
5.º Andreas Leknessund (Din/Team DSM) a 35 s
6.º Damiano Caruso (Ita/Bahrain) a 1,28 m
7.º Lennard Kamna (Ale/Bora) a 1,52 m
8.º Pavel Sivakov (Fra/Ineos-Grenadiers) a 2,15 m
9.º Eddie Dunbar (Irl/Jayco-Alula) a 2,32 m
10.º Thymen Arensman (Ned/Ineos-Grenadiers) mt

A Bola
 
Volta a Itália: João Almeida entrou no pódio do Giro

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O vírus Covid-19 e as quedas estão a deixar profundas marcas e reduzem diariamente o pelotão da Volta à Itália, que no final da 11.ª etapa percorrida entre Camaiore e Tortona com 219 km, regista 37 abandonos, nos quais se incluem quatro ciclistas que não alinharam à partida por covid-19, (Josef Cerny, Louis Vervaek, Mattia Cattaneo e Jan Hirt) todos da Soudal-Quick Step e Tao Geoghegan Hart (Ineos) vitima de uma aparatosa queda a 68 km da meta, sendo evacuado para o hospital, o mesmo aconteceu com Óscar Rodriguez (Movistar) alguns quilómetros mais adiante.

Devido às incidências a corrida, João Almeida (UAE-Team Emirates) subiu para o terceiro lugar na geral, a 22 s de Geraint Thomas (Ineos) que conservou a camisola rosa e a 20 s de Primoz Roglic (Jumbo), mantendo a vantagem de 13 s sobre Andreas Leknessund (Team DSM) e 1,06 m para Damiano Caruso (Bahrain) que fecha o top 5 do Giro.

Numa etapa de aparente tranquilidade, o desempenho de João Almeida passou por ter uma guarda de honra formada por Gibbons, Ulissi e Formolo, que lhe permitiu controlar os adversários e escapar às quedas. O corte verificado nos últimos 2 km devido a mais uma queda, não teve qualquer influência na classificação, em virtude do pelotão se encontrar na zona de proteção dos 3 km.

«Estou feliz por Ackermann ter estado muito bem e ter vencido a etapa. Felizmente escapei à queda num dia muito mau. O Tao está fora, o que é muito triste, Roglic e Thomas também caíram. Foi uma descida simples, não sei como se deu a queda. No global foi uma boa etapa, sobretudo no principio quando o piso estava seco. O Tao era um dos ciclistas mais fortes, esperava que lutasse pela vitória. É triste, a corrida fica mais pobre com tantos abandonos. Espero chegar até ao final», avançou o ciclista português questionado no final da etapa no balanço da jornada.

Antes da etapa se iniciar, Patrick Lefevere, CEO da Soudal-Quick Step, desfazia todas as duvidas e informava que Remco Evenepoel não vai correr a Volta à França: «Remco não vai correr o Tour porque isso não seria muito inteligente. É importante que ele recupere totalmente, vamos testar a sua saúde e depois ver como poderá continuar a cumprir o plano que estava previsto. Provavelmente vai querer correr o campeonato do mundo em agosto, mas é muito cedo para se falar sobre a Vuelta».

Sobre a etapa que foi a mais longa da Volta à Itália e que estava rotulada de transição, tinha como principais dificuldades três contagens de montanha, que não provocaram brechas no grande grupo. A chuva que surgiu nos últimos 80 km esteve na origem de várias quedas, na descida de Colla di Boasi a 68 km do final, a equipa da Ineos foi a mais afetada com Tao Geoghegan Hart a ser o mais prejudicado, enquanto Geraint Thomas (Ineos) e Primoz Roglic (Jumbo) que tinham ficado envolvidos, recuperaram sem grandes dificuldades.

«O ciclista dos Emirados (Alessandro Covi) caiu e eu também caí sobre ele, mas não tive nada de grave. Os meus companheiros que estavam atrás de mim tiveram menos sorte, Tao Geoghegan Hart foi gravemente atingido e também lá estava Primoz Roglic. Tao é uma perda muito grande para a equipa, ele estava muito forte e em muito boa forma. É uma pena perdê-lo desta forma, era um trunfo que poderia ganhar este Giro. Reparei que Roglic tem um ferimento na coxa, espero que não seja nada de especial, ele é biscoito duro, depois de um banho deverá ficar bem», afirmou Geraint Thomas no final da etapa, depois de saber que Pavel Sivakov tinha cortado a meta com mais 13,56 m devido a ter ficado também envolvido numa queda.

Em termos desportivos a corrida ficou marcada pela fuga de seis ciclistas, Thomas Champions (Cofidis), Diego Sevilla (Eolo), Filippo Magli (Green Project), Laurenz Rex (Intermarché), Alexander Konychev e Veljko Stojnic Corratec), que sempre estiveram debaixo de olho do pelotão. Na fase final apenas Laurenz Rex lutou contra o tempo, acabando por se render a 5 km da meta, quando as equipas com sprinters começaram a contar espingardas.
Num sprint entre cerca de 25 corredores, Pascal Ackermann (UAE-Team Emirates), levou a melhor sobre a portentosa explosão de Jonathan Milan (Bahrain) que foi segundo, depois dos comissários reverem as imagens do foto-finish, sendo a primeira vitória do ciclista alemão em 2023.

«Foi um sprint muito nervoso, chegámos muito perto uns dos outros, mas felizmente mostrei que estou de volta às vitórias o que me deixou muito feliz. Tinha-me sentido bem nos últimos dias, mas nunca consegui demonstrar. Estava muito nervoso, Ryan Gibbons fez um ótimo trabalho para me colocar, vi Cavendish na minha frente e usei-o como referência. Com esta vitória tirei muita pressão e a partir de agora posso tentar fazer mais qualquer coisa com calma no Giro», declarou Ackermann que deu a primeira vitória à UAE-Team Emirates na Volta à Itália deste ano e que não vencia desde agosto na Volta à Polónia.

11.ª ETAPA CAMAIORE - TORTONA 219 KM
1.º Pascal Ackerman (Ale/UAE-Team Emirates) 5.09,02 h à média de 42,520 km/h
2.º Jonathan Milan (Ita/Bahrain-Victorious) mt
3.º Mark Cavendish (Gbr/Astana) mt
4.º Mads Pedersen (Din/Trek-Segafredo) mt
5.º Stefano Oldani (Ita/Alpecin-Deceuninck) mt
6.º Vincenzo Albanese (Ita/Eolo-Kometa) mt
7.º Marius Mayrhofer (Ale/Team DSM) mt
8.º Davide Ballerini (Ita/Soudal-Quick Step) mt
9.º Simone Consonni (Ita/Eolo-Cofidis) mt
10.º Arne Marit (Bel/Intermarché-Wanty) mt
80.º João Almeida (Por/UAE-Team Emirates) mt

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos-Grenadiers) 44.35,35 h
2.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo-Visma) a 2 s
3.º João Almeida (Por/Emirates) a 22 s
4.º Andreas Leknessund (Din/Team DSM) a 35 s
5.º Damiano Caruso (Ita/Bahrain) a 1,28 m
6.º Lennard Kamna (Ale/Bora) a 1,52 m
7.º Eddie Dunbar (Irl/Jayco-Alula) a 2,32 m
8.º Thymen Arensman (Ned/Ineos-Grenadiers) mt
9.º Laurens De Plus (Bel/Ineos) a 2,36 m
10.º Aurélien Paret-Peintre (Fra/AG2R-Citroen) a 2,48 m

A Bola
 
Volta a Itália: Nico Denz vence 12.ª etapa; João Almeida mantém 3.º na geral

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Na véspera de um importante teste nos Alpes suíços, o pelotão decidiu dar luz verde a uma fuga de 30 ciclistas, enquanto os candidatos apoiados pelos gregários, realizaram uma etapa em economia de esforço, com as pernas em Itália e a cabeça a pensar na chegada a Crans Montana.

Para os ciclistas que lutam pela geral foi uma corrida de marcação direta, com acordos tácitos para não arriscar, optando por irem mais devagar porque tinham pressa em chegar. A dantesca etapa de amanhã, constitui um desafio para quem corre para a geral, prevendo-se uma corrida muito tática por parte das principais equipas, com Geraint Thomas, Primoz Roglic e João Almeida como figuras a ter em conta; «Vamos ver como me sinto na etapa de amanhã. Há por aí algumas doenças a pairar, vamos ver como as pernas e o físico vão responder. Espero estar lá em cima com a malta que está nos lugares da frente e com aspirações. Estas subidas adaptam-se bastante às minhas caraterísticas por isso acredito que estarei com os melhores», afirmou João Almeida no final, que sobre a possibilidade de vencer o Giro adiantou; «Ficarei feliz com o pódio mas se tal vier a acontecer melhor. Nesta altura estou lá na frente com os primeiros, 20 segundos não é nada, vou lutar até ao fim».

Geraint Thomas (Ineos), considerou que teve um dia positivo e está preparado para a etapa de montanha; «Tivemos uma corrida sólida e a equipa controlou a situação. Como ninguém da fuga incomodava a classificação não nos importámos que o grupo fosse grande. Os meus companheiros lideraram o pelotão em todo o percurso, estamos bem posicionados para amanhã», declarou Geraint Thomas que sobre a etapa nos Alpes adiantou; «É claro que que vamos ter uma tática diferente. Comigo e Tao na frente tínhamos outras opções, a saída dele foi um golpe para a equipa porque estava muito bem. Ainda temos um bloco forte e com moral elevado desde o inicio do ano, espero que o possamos manter». Questionado sobre Roglic finalizou; «Faltam cinco chegadas em altitude é cedo para fazer contas. Temos que aceitar que ele está muito bem e amanhã será um grande dia».

A 12.ª etapa da Volta à Itália percorrida entre Bra e Rivoli na distância de 185 km, viveu dos chamados segundos planos que coloriram a corrida com uma fuga de 30 unidades, que foi perdendo corredores à medida que os quilómetros provocavam cansaço nas pernas.

Com 95 km percorridos, Nico Denz (Bora) Sebastian Berwick (Israel), Alessandro Tonelli (Green Project) e Toms Skuijns (Trek), tomaram a iniciativa de se adiantarem ao grupo e cavarem um fosso que no final se cifrou em 8,19 m para onde moravam os galos do pelotão. Os restantes aventureiros não se entenderam e o resultado foi a formação de grupetos que nada trouxeram de novo à classificação geral.

Num sprint a três, porque Tonelli estava pelas pontas, o alemão Nico Denz com mais pólvora nas pernas bateu Tomas Skujins, dando uma alegria à Bora-Hansgrohe que tem passado ao lado da corrida, demonstrando ser o mais forte dos fugitivos. «Não sei o que não dizer, porque é muito importante para mim vencer uma etapa no Giro que me deixou muito orgulhoso. A tática da equipa era colocar Konrad e Jungels na fuga, aconteceu que Jungels não estava bem e Konrad queria guardar energias para amanhã, a equipa deu-me luz verde para avançar. Quando olhei para o grupo, tudo o que via eram monstros à minha volta, por serem todos ciclistas de nomeada. A cooperação até não foi má, insistimos e ficámos apenas quatro na frente. Nos últimos quilómetros estava no limite, sabia que existia uma pequena subida a seguir à rotunda, explorei bem a situação e tudo voltou ao normal. Como ainda tenho um bom sprint foi o que me salvou no final e me deixou muito feliz», afirmou o vencedor.
A corrida entre os maiorais do pelotão foi de marcação e sem grandes preocupações para o grupo de fugitivos que não incomodavam a geral, acabou por ter reflexos na classificação por equipas, com a Jumbo-Visma a saltar para a primeira posição, em virtude de Michel Hessmann e Sepp Kuss se encontrarem entre os aventureiros.

Classificações

12.ª ETAPA BRA - RIVOLI 185 KM

1.º Nico Denz (Ale/Bora-Hansgrohe) 4.18,11 h
à média de 42,993 km/h
2.º Toms Skujins (Let/Trek-Segafredo) mt
3.º Sebastian Berwick (Aus/Israel Premier Tech) a 3 s
4.º Alessandro Tonelli (Ita/Green Project-Bardiani) a 58 s
5.º Marco Frigo (Ita/Israel-Premier Tech) a 2,07 m
6.º Ilan Van Wilder (Bel/Soudal-Quick Step) a 2,20 m
7.º Alberto Bettiol (Ita/EF Education-EasyPost) mt
8.º Christian Scaroni (Ita/Astana) mt
9.º Michel Hessmann (Ale/Jumbo-Visma) mt
10.º Alex Baudin (Fra/AG2R-Citroen) mt
40.º João Almeida (Por/UAE-Team Emirates) a 8,19 m

CLASSIFICAÇÃO GERAL
1.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos-Grenadiers) 49.02,05 h
2.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo-Visma) a 2 s
3.º João Almeida (Por/Emirates) a 22 s
4.º Andreas Leknessund (Din/Team DSM) a 35 s
5.º Damiano Caruso (Ita/Bahrain) a 1,28 m
6.º Lennard Kamna (Ale/Bora) a 1,52 m
7.º Eddie Dunbar (Irl/Jayco-Alula) a 2,32 m
8.º Thymen Arensman (Ned/Ineos-Grenadiers) mt
9.º Laurens De Plus (Bel/Ineos) a 2,36 m
10.º Aurélien Paret-Peintre (Fra/AG2R-Citroen) a 2,48 m

A Bola
 
Volta a Itália: Decisões adiadas para as montanhas nos Dolomitas

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Previa-se uma etapa de grandes decisões nas montanhas dos Alpes suíços, que devido às condições climatéricas acabou por não trazer nada de novo à corrida, mantendo a geral sem grandes alterações, com Geraint Thomas (Ineos) de líder, registando-se “apenas” a entrada nos dez melhores de Thibaut Pinot (Groupama) que passou a ser o novo líder do premio da montanha.

A etapa que começou por ter 207 km, passou para 199 km depois de eliminada a passagem pelo Passo du Grand San Bernard, para devido às inúmeras reclamações dos ciclistas, acabou por se correrem 74,6 km entre Le Châble e Crans Montanha e ser eliminada uma contagem de montanha de 1.ª categoria.

Para quem esperava uma corrida de ataques e contra-ataques ficou desiludido, porque a opção dos maiorais do pelotão e denominados de candidatos, decidiram mais uma vez baixar a guarda e manterem-se unidos da partida até à chegada. Ao longo do percurso, nem por uma única vez Thomas (Ineos), Roglic (Jumbo) ou João Almeida (Emirates), mostraram interesse em atacar a corrida.

Bem acompanhados pelo séquito de gregários, os três impuseram o ritmo que mais lhes convinha e adiaram para a próxima semana nas montanhas dos Dolomitas a decisão de quem será o vencedor da Volta à Itália.

João Almeida limitou-se a fazer a corrida que mais lhe interessava, bem colocado no grupo com cerca de 25 unidades, que foi emagrecendo à medida que a subida se tornava mais inclinada, acompanhou de perto os principais adversários. Nem a tentativa Damiano Caruso (Bahrain) na fase final incomodou o pelotão, o italiano mostrou a camisola e depressa regressou ao grupo de que fazia parte.

A etapa foi feita em bom ritmo e a Ineos soube lidar com o pelotão. Na descida para evitar problemas fomos cautelosos e acabou por ser uma boa etapa. A última subida não era assim tão empinada como se dizia, talvez por isso não seria ideal para existirem ataques. No global foi uma corrida dura e isso vê-se na composição do grupo que chegou à meta que foi muito pequeno», afirmou João Almeida no final.

O interesse da etapa residiu na fuga de Jefferson Cepeda (Education), Paret-Peintre (AG2R), Thibaut Pinot (Groupama), Derek Gee, Matthew Riccitello (Israel) e Einer Rubio (Movistar). Nos últimos 10 km ficaram na frente Cepeda, Rubio e Cepeda, o francês mostrou-se o mais combativo, o equatoriano bastante calculistas, já o colombiano que de combativo não teve nada, acabou por passar as palhetas aos adversários e vencer pela primeira vez uma etapa numa grande volta. «Foi um grande dia e a vitória que há muito tempo procurava. Trabalhei muito para estar no Giro, o mau tempo tem sido impiedoso, mas sabia que não me poderia dar por vencido e segui procurando uma oportunidade, e ela chegou hoje com a ajuda de Deus. Cumpri um sonho que tinha há muitos anos, sabia que Pinot estava muito forte e que Cepeda estava bem. Só tinha que deixar os dois guerrear e jogar um pouco da minha estratégia, por isso esperei pelo final para ganhar», afirmou o colombiano com 26 anos, natural de Chiquiza e desde 2020 na Movistar.

Geraint Thomas mostrou-se tranquilo nas declarações ao jornalistas; «Da forma como a etapa decorreu era difícil atacar no final. Ficámos calmos porque os três fugitivos não eram perigosos, nem quando Pinot atacou porque a equipa tinha a situação controlada e conseguiu que Sivakov recuperasse na descida. A forma como o vento soprava também dificultava qualquer tentativa de ataque, as ofensivas reais não se materializaram e acho que Roglic também é da opinião que é bom eu andar mais uns dias com a camisola rosa, por isso temos que continuar a liderar o Giro».

Jay Vine (Emirates) deu uma entrevista à partida e falou dos seus objetivos no Giro; «O que quer que a equipa decida pode contar comigo. Vou ficar a ajudar o João Almeida, estou aqui para trabalhar para a equipa. Não está claro o que a equipa pretende fazer na próxima semana. Disseram-me que ainda posso ficar nos primeiros dez da geral pessoalmente não me importo. O situação ideal seria perder mais 45 minutos e assim poder ir lutar para as vitórias em etapas. Vou ficar com o Almeida e tentar colocá-lo no pódio», quanto à possibilidade de ficar nos dez primeiros adiantou; «Isso para mim não vale nada. Assinei com esta equipa por quatro anos, faz parte do contrato ficar algumas vezes entre os dez primeiros. Talvez isso seja bom para a equipa e para as redes sociais, mas pessoalmente não me importo».
Mads Pedersen (Trek-Segafredo) e vencedor da 6.ª etapa em Nápoles, não alinhou à partida por doença.

13.ª ETAPA LE CHÂBEL - CRANS MONTANA 74,6 KM
1.º Einer Rubio (Col/Movistar) 2.16,21 h à média de 32,827 km/h
2.º Thibaut Pinot (Fra/Groupama-FDJ) a 6 s
3.º Jefferson Cepeda (Ecu/EF Education-EasyPost) a 12 s
4.º Derek Gee (Can/Israel-Premier Tech) a 1,01 m
5.º Valentin Paret-Peintre (Fra/AG2R-Citroen) a 1,29 m
6.º Hugh Carthy (Gbr/EF Education-EasyPost) mt
7.º João Almeida (Por/UAE-Team Emirates) a 1,35 m
8.º Eddie Dunbar (Irl/Jayco-Alula) mt
9.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos Grenadiers) mt
10.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo-Visma) mt

CLASSIFICAÇÃO GERAL
1.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos-Grenadiers) 51.20,01 h
2.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo-Visma) a 2 s
3.º João Almeida (Por/Emirates) a 22 s
4.º Andreas Leknessund (Din/Team DSM) a 42 s
5.º Damiano Caruso (Ita/Bahrain) a 1,28 m
6.º Lennard Kamna (Ale/Bora) a 1,52 m
7.º Eddie Dunbar (Irl/Jayco-Alula) a 2,32 m
8.º Thymen Arensman (Ned/Ineos-Grenadiers) a 2,45 m
9.º Laurens De Plus (Bel/Ineos) a 3,08 m
10.º Thibaut Pinot (Fra/Groupama-FDJ) a 3,13 m

A Bola
 
Volta a Itália: Thomas ofereceu camisola rosa a Bruno Armirail

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Não foi pela chuva e pelo mau tempo adverso que continua a massacrar o pelotão, que a classificação geral da Volta à Itália tem o francês Bruno Armirail (Groupama-FDJ) como novo líder, porque até ele sabe tratar-se de uma situação a prazo e longe de pensar em conseguir estar no pódio final em Roma daqui por uma semana. Campeão nacional de contrarrelógio, título conseguido em junho do ano passado em Cholet, ao registar menos 24 segundos que Rémi Cavagna, Armirail com 29 anos realiza o sonho de liderar uma grande volta por culpa da guerra tática entre as equipas, com a Ineos-Grenadiers a abdicar de defender a camisola rosa de Geraint Thomas.

Devido ao desenvolvimento da corrida nos últimos dias e fazendo uma antevisão das inúmeras dificuldades que se advinham na etapa de domingo e principalmente na próxima semana, com quatro chegadas em altitude, a opção dos diretores desportivos foi colocar a responsabilidade em Armirail, como poderia ter sido em qualquer outro ciclista. Feita a leitura dos nomes que faziam parte da fuga e verificando que nenhum tem pernas para se manter entre os melhores, a formação britânica decidiu que era o dia certo, para deixar fugir o primeiro lugar e oferecer a camisola rosa.

Com o desgaste a acumular-se nos cinco companheiros de Thomas, e verificando que Jumbo-Visma, UAE-Team Emirates, Team DSM, Bahrain-Victorious e Bora-Hansgrohe, não tomam a iniciativa e reservam energias para os combates nas montanhas dos Dolomitas, a decisão bem ou mal tomada foi ao encontro dos objetivos da equipa.

«Estamos felizes por esta situação. Hoje foi uma etapa tranquila antes de um dia muito importante como será amanhã, desde que não existissem ciclistas perigosos para a classificação, a fuga tinha pernas e cabeça para andar e ganhar muito tempo. Foi uma etapa complicada em termos de clima, prefiro que se corra de forma conservadora para economizarmos energia. As duas ultimas semanas foram muito difíceis devido ao clima, amanhã temos mais uma etapa difícil pela frente. No final, Armirail leva a camisola rosa depois de ter anulado os mais de 18 minutos que tinha para Thomas. Acho que é uma situação perfeita para nós», afirmou o diretor desportivo da Ineos, Matteo Tossato. Sobre se o cenário foi discutido antes da etapa começar, adiantou:

«Com certeza. Sabíamos que era a oportunidade para perder a camisola rosa. Esta manhã tínhamos um plano claro. Os ciclistas estavam focados na chegada, o importante é recuperar e dormir bem para amanhã, principalmente comer e beber não gastar energias e descansar por causa do clima. O frio faz com que os ciclistas gastem mais energias. Amanhã vamos estar atentos desde o início, pode ser uma grande etapa e com decisões imprevisíveis».

O filme da 14.ª etapa percorrida entre Sierre e Cassano Magnago com 194 km tem como principal argumento a fuga de 29 ciclistas, que perante a chuva e vento foram ganhando tempo ao pelotão que chegou à meta com mais 21,11 minutos. Resultado que demonstra a liberdade que foi dada aos fugitivos e o marasmo que se viveu no pelotão, que pelos vistos e segundo a Ineos-Grenadiers foi planeado e cumprido.

No grupo da frente e a 55 km da meta, isolaram-se Ballerini (Soudal), Oldani (Alpecin), Rex (Intermarché) e Skujins (Trek), que nos últimos 500 metros tiveram a companhia de Denz (Bora), Bettiol (Education), Gee (Israel) e Maryrhofer (DSM). No sprint prevaleceu a ponta final do alemão Nico Denz, que enriqueceu o palmarés repetindo a vitória conseguida dois dias antes na chegada a Rivoli. «Tive a oportunidade de integrar a fuga mas com Trek, Israel e Movistar a terem vários ciclistas a certa altura pensei que tínhamos perdido porque não conseguíamos reduzir a diferença. Quando o grupo da frente abrandou, pensei que era o tudo ou nada para vencer outra vez. Quando Bettiol começou o sprint dei tudo e fui a todo o vapor até à meta. Claro que estou feliz num dia muito difícil, quando descemos Simplon Pass, estava um frio de rachar, tinha três casacos vestidos e bebi chá quente, no final foi uma questão de atitude e determinação», afirmou Nico Denz.

Com toda esta liberdade dada pelo pelotão, João Almeida tal como todos os que estavam na frente desceram um lugar na geral, o ciclista português ocupa a 4.ª posição mas manteve as diferenças para Geraint Thomas e Primoz Roglic.

14.ª ETAPA SIERRE - CASSANO MAGNAGO 194 KM
1.º Nico Denz (Ale/Bora-Hansgrohe) 4.37,30 h à média de 41,946 km/h
2.º Derek Gee (Can/Israel-Premier Tech) mt
3.º Alberto Bettiol (Ita/EF Education-EasyPost) mt
4.º Laurenz Rex (Bel/Intermarché-Wanty) a 1 s
5.º Davide Ballerini (Ita/Soudal-Quick Step) mt
6.º Toms Skujins (Let/Trek-Segafredo) a 4 s
7.º Marius Mayrhofer (Ale/Team DSM a 10 s
8.º Stefano Oldani (Ita/Alpecin-Deceuninck) a 20 s
9.º Andrea Pasqualon (Ita/Bahrain-Victorious) 50 s
10.º Mirco Maestri (Ita/Eolo-Kometa) mt
39.º João Almeida (Por/UAE-Team Emirates) a 21,11 m

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1.º Bruno Armirail (Fra/Groupama-FDJ) 56.17,01 h
2.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos-Grenadiers) a 1,41 m
3.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo-Visma) a 1,43 m
4.º João Almeida (Por/Emirates) a 2,03 m
5.º Andreas Leknessund (Din/Team DSM) a 2,23 m
6.º Damiano Caruso (Ita/Bahrain) a 3,09 m
7.º Lennard Kamna (Ale/Bora) a 3,33 m
8.º Thymen Arensman (Ned/Ineos-Grenadiers) a 4,26 m
9.º Laurens De Plus (Bel/Ineos) a 4,49 m
10.º Thibaut Pinot (Fra/Groupama-FDJ) a 4,54 m

A Bola
 
Volta a Itália: McNulty vence 15.ª etapa; João Almeida mantém 4.º lugar na geral

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Numa etapa que poderia ser considerada de risco médio/alto pelas conhecidas estradas da Lombardia, onde não faltaram as míticas 19 curvas de Selvino, mais uma vez o protagonismo pertenceu aos chamados segundos planos, em virtude dos candidatos continuarem a fazer contas e a prometerem luta nas montanhas dos Dolomitas.

Numa Volta à Itália sem líderes assumidos, a coragem de alguns ciclistas tem sido recompensada com vitórias em etapas, com a camisola rosa na posse de Bruno Armirail, que mesmo sabendo que não tem grandes possibilidades na geral, vai rentabilizando a situação para orgulho dos franceses e dos patrocinadores da Groupama-FDJ. «Foi uma etapa difícil com muitos quilómetros de subida, com Einer Rubio na fuga a situação complicou-se e os meus companheiros tiveram que trabalhar no duro para que mantivesse a camisola rosa. Só desde hoje fiquei a saber o que significa envergar a camisola rosa. Recebi o apoio incrível das pessoas, isso é ótimo e estou aliviado por ir para o dia de descanso como líder do Giro», afirmou Armirail que perdeu 33 segundos para os favoritos na chegada a Bérgamo.

Com os galos do pelotão sem iniciativas, pertenceu a João Almeida (Emirates) no empedrado na parte alta de Bérgamo, assumir a cabeça do grupo 23 ciclistas e tomar o pulso a Thomas e Roglic, que rapidamente responderam e lançaram a rede por se tratar de peixe graúdo. O ciclista português mostrou que quer discutir o primeiro lugar no Giro, conforme tinha declarado antes da partida em Seregno.

Não existiram alterações entre os primeiros da geral que cumprem o ultimo dia de descanso a pensar nas duras e decisivas batalhas que têm de enfrentar para os próximos dias.

Com um percurso exigente a 15.ª etapa entre Seregno e Bérgamo com 195 km, voltaram a ser os segundos planos e alguns dos gregários, a colorirem a corrida com uma fuga 17 ciclistas que não incomodavam em nada os que correm para o Top 10 do Giro. Com os 7 minutos a ser a bitola que não poderia ser ultrapassada pela fuga e para que os telespetadores não adormecem, a realização e bem, deu cobertura aos fugitivos que proporcionaram uma emotiva e interessante luta até à linha de chegada.

Ben Healy (Education), Marco Frigo (Israel) e Brandon McNulty (Emirates), foram os mais inconformados e combativos, depois de Marco Bonifazio (Intermarché) ter aberto as hostilidades a 50 km da meta. Num sprint a três prevaleceu a boa condição de Brando McNulty, que conseguiu aos 25 anos a primeira vitória numa grande volta e a primeira da UAE-Team Emirates na Volta à Itália deste ano; «Vencer uma etapa era o objetivo quando vim para o Giro. Estive doente durante o contrarrelógio e não sabia como iria recuperar, mas estou feliz. Na ultima subida tentei ficar sozinho mas Ben Healy foi muito forte, sabia que no ultimo quilometro Frigo iria recuperar e foi o ideal, porque aproveitei a sua entrada para ir na roda e sprintar nos últimos 250 metros. Estamos aqui pela classificação mas também para vencer uma etapa. Agora posso focar-me totalmente na classificação do João Almeida. Espero que ele ainda possa subir, porque é muito bom. Talvez a minha vitória seja um bom impulso para ele», declarou McNulty.

De promessa em promessa nunca cumpridas, os candidatos têm depois do dia de descanso na terça-feira, a primeira das quatro chegadas em altitude até ao final da Volta à Itália. A 16.º etapa entre Sabbio Chiese e Monte Bondone na distância de 203 km, conta com uma contagem de 3.ª cat., duas de 2.ª cat. e duas de 1.ª cat., com a meta instalada no final da ultima subida com 21,4 km e uma inclinação média de 6,7% com rampas de 15%.

Classificações
15.ª ETAPA SEREGNO . BÉRGANO 195 KM

1.º Brandon McNulty (Usa/UAE-Team Emirates) 5.13,39 h
à média de 37,303 km/h
2.º Ben Healy (Irl/EF Education-EasyPost) mt
3.º Marco Frigo (Ita/Israel-Premier Tech) mt
4.º Bauke Mollema (Ned/Trek-Segafredo) a 1,51 m
5.º Einer Rubio (Col/Movistar) mt
6.º Simone Velasco (Ita/Astana) a 2,26 m
7.º Andrea Pasqualon (Ita/Bahrain-Victorious) mt
8.º Laurens Huys (Bel/Intermarché-Wanty) a 3,10 m
9.º Vincenzo Albanese (Ita/Eolo-Kometa) a 4,13 m
10.º François Bidard (Fra/Cofidis) mt
13.º João Almeida (Por/UAE-Team Emirates) a 6,53 m


CLASSIFICAÇÃO GERAL

1.º Bruno Armirail (Fra/Groupama-FDJ) 61.38,06 h
2.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos-Grenadiers) a 1,08 m
3.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo-Visma) a 1,10 m
4.º João Almeida (Por/UAE Team Emirates) a 1,30 m
5.º Andreas Leknessund (Din/Team DSM) a 1,50 m
6.º Damiano Caruso (Ita/Bahrain Victorious) a 2,36 m
7.º Lennard Kamna (Ale/Bora-Hansgrohe) a 3,02 m
8.º Eddie Dunbar (Irl/Jayco-Alula) a 3,40 m
9.º Thymen Arensman (Ned/Ineos-Grenadiers) a 3,55 m
10.º Laurens De Plus (Bel/Ineos-Grenadiers) a 4,18 m

A Bola
 
Histórico: João Almeida ganha 16.ª etapa do Giro!

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O português João Almeida (UAE–Team Emirates), de 24 anos, acaba de vencer a 16.ª etapa da Volta a Itália, na distância de 203 km, entre Sabbio Chiese e o Monte Bondone, à frente do galês Geraint Thomas (Ineos-Grenadiers), ambos destacados, com o tempo de 5h53m27s.

O ciclista português partiu para a tirada, recorde-se, na quarta posição da classificação geral, a 1m30s do líder, o francês Bruno Armirail (Groupama–FDJ) e tinha à sua frente na classificação geral, ainda, precisamente, o galês Geraint Thomas (Ineos–Grenadiers),- segundo, a 22 segundos, e o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), terceiro, a 20 segundos.

João Almeida sobe assim a segundo da geral individual, atrás de Geraint Thomas, que é o novo líder.

Classificação da etapa
1.º João Almeida, 5:53.27 minutos
2.º Geraint Thomas, m.t.
3.º Primoz Roglic, a 25 segundos
4.º Eddie Dunbar, m.t.
5.º Sepp Kuss, a 1.03 minutos
6.º Ilan Van Wilder, a 1.16 minutos
7.º Damiano Caruso, m.t.
8.º Einer Augusto Rubio, m.t.
9.º Laurens De Plus, m.t.
10.º Thymen Arensman, m.t.


Classificação geral

1.º Geraint Thomas, 67:32.35 horas
2.º João Almeida, a 18 segundos
3.º Primoz Roglic, a 29 segundos
4.º Damiano Caruso, a 2.50 minutos
5.º Eddie Dunbar, a 3.03 minutos
6.º Lenard Kamna, a 3.20 minutos
7.º Bruno Almirail, a 3.22 minutos
8.º Andreas Leknessund, a 3.30 minutos
9.º Thymen Arensman, a 4.09 minutos
10.º Laurens de Plus, a 4.32 minutos

A Bola
 
Volta a Itália: Alberto Dainese vence 17.ª etapa, João Almeida mantém segundo lugar

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Não se pode exigir que todos os dias os ciclistas proporcionem lutas gigantesca e que uma corrida de três semanas, não pode ser feita apenas de etapas com montanha e contrarrelógios, os corredores não são máquinas e os velocistas também têm que ter as suas oportunidades.

No rescaldo das batalhas no Monte Bondone que revolucionou a geral, o pelotão meteu tréguas na véspera de novos combates programados para os próximos três dias nas montanhas do Dolomitas. A 17.ª etapa entre Pergine Valsugana e Caorle com 197 km, há muito que estava cantada e que pertencia aos velocistas apostarem na penúltima oportunidade antes de chegarem a Roma no domingo.

Num sprint milimétrico que obrigou mais uma vez os comissários a recorrerem ao foto-finish, o italiano Alberto Dainese (Team DSM) foi primeiro, seguido de Jonathan Milan (Bahrain) que pela quarta vez foi segundo, com Michael Matthews (Jayco) na terceira posição. O vencedor que esteve em risco de abandonar devido a uma bronquite, cerrou os dentes e conseguiu a segunda vitória no Giro depois de ter conquistado em 2022, a 11.ª etapa que finalizou em Reggio Emília.

«A malta fez um trabalho excecional, Niklas assumiu a liderança no último quilometro, como cedeu mais cedo, comecei o imediatamente o sprint. Pensei que alguém respondesse para ir à roda e ultrapassá-lo nos últimos cinquenta metros. Vi que Milan não respondia e espremi ao máximo as minhas forças, sinceramente pensei que tinha sido segundo, depois vi a foto em que era primeiro e me deixou muito feliz. Domingo foi o dia mais terrível da minha vida por estar doente com gripe e ontem passei muito mal, mas valeu a pena porque mesmo hoje não estava a cem por cento. Foi uma etapa caseira, conhecia todos os buracos da estrada, ganhar em casa é espetacular», afirmou Alberto Dainese.

Com os melhores a reservarem energias, existiam todas as condições para os segundos planos se mostrarem, Senne Leysen Alpecin), Thomas Champion (Cofidis), Diego Pablo Sevilla (Eolo-Kometa) e Charlie Quarterman (Corratec), foram os fugitivos que não tiveram a mínima possibilidade de atingirem a meta, devido à fome de vencer etapas de algumas equipas. De nada valeram os quase três minutos de vantagem para o pelotão, que manteve a fuga em rédea curta, para a 5 km do final se confirmarem os prognósticos de uma chegada massiva.

Feita a história de uma etapa sem história, Geraint Thomas (Ineos), manteve a camisola rosa, seguido na geral de João Almeida (Ineos), líder da juventude e Primoz Roglic (Jumbo), e não se deu por eles ao longo da etapa. Sempre bem acompanhados pelos gregários, não surgisse algum percalço, os três nomes mais falados e mais fortes candidatos a vencer a geral da Volta à Itália, passaram despercebidos até cortarem a meta.

Geraint Thomas mostrou-se satisfeito no final da etapa; «Choveu um pouco mas não foi nada comparado ao que tivemos antes. Correu tudo bem o que era o mais importante. As equipas com velocistas queriam correr e fizeram-no em bom ritmo, a nossa equipa está em boa forma e economizámos o máximo de energias para as próximas três etapas», declarou o camisola rosa que completa quinta-feira 37 anos; «Vai ser divertido, espero que seja um bom dia. Ainda há muito trabalho a fazer antes de domingo, vamos esperar para ver como vai ser a etapa de amanhã».

Classificações
17.ª ETAPA PERPINE VALSUGANA - CAORLE 197 KM

1.º Alberto Dainese (Ita/Team DSM) 4.26,08 h
à média de 44,410 km/h
2.º Jonathan Milan (Ita/Bahrain-Victorious) mt
3.º Michael Matthews (Aus/Jayco-Alula) mt
4.º Niccoló Bonifazio (Ita/Intermarché-Circus) mt
5.º Simone Consonni (Ita/Cofidis) mt
6.º Fernando Gaviria (Col/Movistar) mt
7.º Andrea Pasqualon (Ita/Bahrain-Victorious) mt
8.º Alex Kirsch (Lux/trek-Segafredo) mt
9.º Stefano Oldani (Ita/Alpecin-Deceuninck) mt
10.º Pascal Ackermann (Ale/UAE-Team Emirates) mt
32.º João Almeida (Por/UAE-Team Emirates) mt


CLASSIFICAÇÃO GERAL

1.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos-Grenadiers) 71.58,43 h
2.º João Almeida (Por/UAE Team Emirates) a 18 s
3.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo-Visma) a 29 s
4.º Damiano Caruso (Ita/Bahrain Victorious) a 2,50 m
5.º Eddie Dunbar (Irl/Jayco-Alula) a 3,03 m
6.º Lennard Kamna (Ale/Bora-Hansgrohe) a 3,20 m
7.º Bruno Armirail (Fra/Groupama-FDJ) a 3.22 m
8.º Andreas Leknessund (Din/Team DSM) a 3,30 m
9.º Thymen Arensman (Ned/Ineos-Grenadiers) a 4,09 m
10.º Laurens De Plus (Bel/Ineos-Grenadiers) a 4,32 m

A Bola
 
Volta a Itália: Continua vivo o sonho de João Almeida no pódio

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No decorrer da 18.ª etapa da Volta à Itália que finalizou em Val di Zoldo, notou-se que João Almeida (Emirates) não estava nos seus melhores dias ao passar por dificuldades que não se previam, mas que são perfeitamente normais no ciclismo. No final conseguiu manter um lugar no pódio, embora tenha descido para terceiro na geral por troca com Primoz Roglic (Jumbo), enquanto Geraint Thomas (Ineos) manteve a camisola rosa de líder.

É normal no ciclismo surgirem dias menos bons e desta vez calhou a João Almeida, que salvou a jornada e provavelmente um lugar no pódio, com o apoio inquestionável de Jay Vine, que se entregou de alma e coração para manter o ciclista português com Thomas e Roglic à vista. O facto de ter gastado mais 21 segundos, pesam nos objetivos de poder chegar ao primeiro lugar, mas manteve intocável o sonho de terminar no pódio em Roma no domingo.

O ritmo imposto pela Ineos nos dois primeiros terços da etapa, foi complementado pela Jumbo-Visma na ultima parte, com o renovado e portentoso Roglic que desfez todas as duvidas e confirmou que vai lutar para vencer a geral. O ataque de Roglic na penúltima subida no Alto de Coi, refletiu-se em João Almeida, que não conseguiu responder, quando Geraint Thomas já se encontrava na roda do esloveno.

Em circunstâncias normais a recolagem teria sido possível, um despiste de Jay Vine atrapalhou a situação e foi a partir daí que João Almeida perdeu todas as possibilidades de se juntar aos adversários diretos. O tempo perdido seja ele muito ou pouco, afeta qualquer desportista que corre para o primeiro lugar, que neste acaso ficou um pouco mais longe, embora a etapa de sexta-feira em alta montanha nos Dolomitas e o contrarrelógio no sábado com 7,3 km sempre a subir, ainda possam dar a volta à classificação geral.

«Foi um dia muito duro desde o início, com um ritmo muito alto. Fiz o meu melhor e estou feliz com isso, Amanhã há mais e será ainda mais difícil, por isso espero estar lá em cima com eles. Sei que não será fácil mas vou lutar até ao fim. Os adversários estavam hoje mais fortes do que eu, o que não é o ideal, mas feitas as contas estou feliz. Estamos perto de Roma, mas ainda falta muita corrida. Estou ok e amanhã quero seguir com eles, vamos ver se algo acontece, porque facilmente se ganha ou se perde tempo nesta etapa. Não me senti muito bem e a minha equipa fez um trabalho perfeito, eles taparam alguns buracos. Jay Vine foi muito bom esteve sempre comigo e estou-lhe muito agradecido», declarações de João Almeida depois de cortar a meta.

A luta a três vai manter-se inalterada nas próximas etapas, no final Geraint Thomas mostrava-se satisfeito: «Foi um bom dia, não perdi tempo e mantive Roglic controlado. Ele gosta de mudanças de andamento e estava muito forte, mas estou feliz com o que fiz ao longo da etapa. A diferença aumentou para João Almeida o que é bom, mas tenho que ser consistente. Roglic já tinha tido um dia mau e hoje foi Almeida, eu levo isso em conta dia após dia e subida após subida».

Dos sete homens em fuga, Paret-Peintre (AG2R), Vadim Pronsky (Astana), Thibaut Pinot (Groupama), Marco Frigo (Israel), Derek Gee (Israel), Warren Barguil (Arkéa) e Filippo Zana (Jayco-Alula), apenas restaram Zana e Pinot. No sprint final o campeão italiano foi mais forte que o francês que recuperou a camisola do prémio da montanha. «Todo este Giro já é para mim um sonho. Agradeço à equipa que me deu esta oportunidade, no meu primeiro ano de World Tour. Ainda não consigo acreditar o que aconteceu. Dificilmente irei passar por outro momento como este na minha carreira, apostei no sprint e deu certo, estou feliz por ter aproveitado a oportunidade», afirmou Filippo Zana, que registou o melhor resultado da temporada e a primeira vitória numa grande volta.

Mauro Gianetti gerente da UAE-Team Emirates, justificou aos jornalistas o dia menos positivo de João Almeida: «Depois da corrida ele disse-me que não se tinha sentido bem desde o início. Foi bom, mas não foi ótimo. O João teve um pouco mais de dificuldades no dia de hoje. Não sentiu boas sensações mas não perdeu tanto tempo para os seu dois concorrentes. Limitou os danos e teve que recuperar o fôlego, mas nunca foi capaz de chegar junto de Roglic e Thomas. O objetivo continua a ser o pódio e ainda não chegámos ao fim. Também está a competir contra Thomas e Roglic, dois verdadeiros campeões. Sexta-feira promete ser um espetáculo maravilhoso. Roglic quer recuperar parte do seu atraso, Thomas quer terminar e ganhar tempo antes do contrarrelógio e João quer aproximar-se. Com certeza que será uma boa luta», concluiu.

18.ª ETAPA ORDESO - VAL DI ZOLDO 161 KM
1.º Filippo Zana (Ita/Jayco-Alula) 4.25,12 h à média de 36,425 km/h
2.º Thibaut Pinot (Fra/Groupama-FDJ) mt
3.º Warren Barguil (Fra/Arkéa-Sumsic) a 50 s
4.º Derek Gee (Can/Israel-Premier Tech) a 1,03 m
5.º Aurélien Paret-Peintre (Fra/AG2r-Citroen) a 1,24 m
6.º Marco Frigo (Ita/Israel-Premier Tech) mt
7.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo-Visma) a 1,56 m
8.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos-Grenadiers) mt
9.º João Almeida (Por/UAE-Team Emirates) a 2,17 m
10.º Eddie Dunbar (Irl/Jayco-Alula) ma 2,32 m

CLASSIFICAÇÃO GERAL
1.º Geraint Thomas (Gbr/Ineos-Grenadiers) 76.25,51 h
2.º Primoz Roglic (Slo/Jumbo-Visma) a 29 s
3.º João Almeida (Por/UAE Team Emirates) a 39 s
4.º Eddie Dunbar (Irl/Jayco-Alula) a 3,39 m
5.º Damiano Caruso (Ita/Bahrain Victorious) a 3,51 m
6.º Lennard Kamna (Ale/Bora-Hansgrohe) a 4,27 m
7.º Thibaut Pinot (Frs/Groupama-FDJ) a 4,43 m
8.º Andreas Leknessund (Din/Team DSM) a 4,47 m
9.º Thymen Arensman (Ned/Ineos-Grenadiers) a 4,53 m
10.º Laurens De Plus (Bel/Ineos-Grenadiers) a 5,52 m

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