Paulo Fonseca promete ser «um guerreiro» na apresentação
O presidente do SC Braga, António Salvador, apresentou ao final da tarde desta quinta-feira, na cidade minhota, Paulo Fonseca como o sucessor de Sérgio Conceição como treinador do clube para as próximas duas época.
Paulo Alexandre Rodrigues Fonseca, de 42 anos, chega do Paços de Ferreira, onde esteve na época 2014/15, depois de, em 2012/13 ter conduzido o emblema da capital do móvel à melhor classificação de sempre na Liga, um terceiro lugar, com apuramento para o ‘play off’ da Champions.
Depois de, na época 2013/14, ter comandado o FC Porto, Paulo Fonseca voltou, na temporada anterior, a Paços de Ferreira, de onde salta para o quarto classificado do último campeonato e finalista vencido da Taça de Portugal 2014/15.
«Agradeço as palavras do presidente António Salvado e a confiança depositada em mim e no meu trabalho. É uma honra enorme representar um clube com esta história, que nos últimos anos tem revelado um crescimento enorme a todos os níveis, e que se tem traduzido em resultados. Tem conseguido encurtar distâncias para os chamados três grandes do futebol português», afirmou Paulo Fonseca, em Braga, na cerimónia em que foi oficializado como treinador por duas épocas.
«Este é um casamento que já estava prometido há algum tempo. Mas considero que este é o momento ideal. Tenho a forte convicção de que é um compromisso que vai ser feliz e duradouro. O SC Braga é uma das grandes referências do nosso futebol e quero aqui firmar o compromisso de reforçar este estatuto. Quero tornar-me um guerreiro, que lute até à exaustão para defender as cores deste clube, como disse o presidente», disse Paulo Fonseca no primeiro dia à SC Braga.
«Independentemente dos clubes por onde passei, a minha forma de estar revela sempre o mesmo empenho em defender de forma digna e honesta os clubes. Considero que é um grande degrau que subo na minha carreira. Um desafio que encaro com grande ambição e grande equilíbrio, para fazer do SC Braga um clube muito maior», ajuntou o jovem treinador, que já passou por Odivelas, Pinhalnovense, Aves e pelos juniores do Estrela da Amadora antes de ter orientado o P. Ferreira.
Paulo Fonseca não escamoteou a ambição de fazer melhor do que o quarto lugar e a final da Taça de Portugal na última época, além de uma prestação honrosa na Liga Europa.
«A fasquia está alta em função do que o SC Braga conseguiu na última época. Não vou fazer promessas utópicas. Posso prometer é que o SC Braga vai entrar sempre para ganhar, com postura determinada, em qualquer campo e ante qualquer adversário. Um objetivo é qualificarmo-nos de novo para as provas europeias. E proponho-me encurtar distâncias, gostaria muito de morder os calcanhares aos três grandes», acrescentou Paulo Fonseca na apresentação como treinador do clube.
«O meu trabalho assenta em três premissas: vitória, qualidade e valorização. A vitória terá de ser sempre o objetivo, quero a minha equipa sempre com uma postura arrojada. Conhecem-me, e sabem que as minhas equipas gostam de ter a bola, defender longe da nossa baliza, e essa será uma das imagens de marca desta equipa», foi um pouco do véu que Paulo Fonseca destapou sobre como quer o SC Braga a jogar.
«Depois, espero ter qualidade no jogo: queremos ser uma equipa que subjuga os adversários mas que possa ser atrativa a quem gosta do jogo. O futebol é um jogo que emprega sedução. Com adeptos tão jovens como os nossos, queremos que olhem com orgulho para o futebol que o SC Braga apresenta. Se conseguirmos estas duas, atingiremos a valorização: valorizar o clube, o futebol e os seus jogadores», complementou o treinador a propósito.
«A equipa está em processo de transformação. Os reforços, se se confirmarem, são todos jogadores jovens: faz parte das nossas metas valorizar os jovens. Se essas três premissas forem alcançadas, acredito que teremos uma época de sucesso», acrescentou ainda, no seu discurso inicial, o novo treinador dos arsenalistas.
SEM MEDO DAS ESTATÍSTICAS
Durante a conferência de imprensa, Paulo Fonseca desdramatizou a dezena e meia de treinadores que passaram pelo SC Braga na última dúzia de anos, e tão pouco admitiu ter ponderado a circunstância quando avaliou a proposta de António Salvador e do clube a que preside.
«Percebo onde querem chegar, mas isso são números, é estatística. Até o presidente terá perguntado porque é que o treinador não se aguenta dois anos no clube. Tenho a certeza que vamos mudar isso, e vamos ter uma relação duradoura: costumo orientar os clubes só um ano, mas vamos mudar isso» foi a promessa que deixou.
Sem sinal de alarme se revelou igualmente quanto às saídas do plantel já consumadas, e as que até final de agosto (e do mercado) poderão ainda ser consumadas, sendo Rafa um dos jogadores mais cobiçados deste defeso.
«Estarem a sair jogadores do SC Braga revela o bom trabalho que está a ser efetuado no clube. Em meados de agosto, posso garantir que teremos uma equipa forte, à altura das exigências do SC Braga», retorquiu Paulo Fonseca a propósito.
À despedida, Paulo Fonseca reconheceu estar agora melhor preparado do que quando, em 2013/14, agarrou o leme do FC Porto.
«Não gostaria de entrar em comparações, mas faz parte da condição humana evoluirmos todos os dias. Com certeza que no P. Ferreira estive, neste último ano, melhor do que no FC Porto. Que me sinto mais forte do que no ano passado, isso claramente. Faz parte das vivências, do dia a dia, do que experienciamos no nosso cargo», concluiu o treinador do SC Braga até final de junho de 2017.